Embarcação com 39 pessoas naufraga no rio Tapajós

Embarcação foi a pique no rio Tapajós
Embarcação foi a pique no rio Tapajós (Foto: Ipham)

A seca que atingiu a região oeste do Pará no segundo semestre deste ano, resultando na formação de centenas de bancos de areia nos rios Tapajós, Amazonas, Arapiuns e Curua-Una, pode ter contribuído para dois acidentes que aconteceram em menos de dez dias, envolvendo um barco de pequeno porte e um navio cargueiro, em Santarém, de acordo com a Marinha do Brasil.
No dia 27 de outubro, o Navio Mercante Nilos, oriundo de Malta, país da Europa, encalhou em um dos canais do rio Amazonas, na Ilha de Patacho, distante 55 quilômetros de Santarém. Segundo a Capitania Fluvial de Santarém, a seca que atinge o rio pode ter sido a causa do acidente.
A Marinha informou que o Navio Nilos carregado com milho do Estado do Mato Grosso, foi abastecido no Porto de Itacoatiara, no Amazonas e sairia do Brasil pelo Porto de Fazendinha, no Amapá, tendo como destino a Índia.
De acordo com o comandante da Delegacia Fluvial de Santarém, capitão de fragata Robson Oberdan, um Inquérito Administrativo foi instaurado para investigar as causas do acidente, onde a perícia vai apontar se além da seca, houve erro de manobra ou fala nos instrumentos do navio. O Inquérito deve ser concluído em 90 dias.
O capitão Robson disse, ainda, que não houve prejuízo a embarcação e nenhum tipo de poluição constatada, bem como não houve prejuízo financeiro ao Município. Uma empresa holandesa especializada no processo de salvatagem foi chamada para fazer o procedimento de resgate. No dia 05 deste mês, o Navio Nilos foi desencalhado.
Outro acidente envolvendo embarcação aconteceu nas primeiras horas desta terça-feira, 10. Por volta de 01h, o Barco/Motor Comandante Marinho, que saiu de Santarém com destino a Itaituba, bateu em uma pedra e naufragou no rio Tapajós, na Comunidade de Parauá, entre os municípios de Belterra e Aveiro. Segundo a Capitania Fluvial de Santarém, as 39 pessoas estavam à bordo da embarcação (entre passageiros e tripulantes) foram salvas por um barco do Instituto de Pesquisa da Amazônia (IPAM), que passava pelo local, no momento do acidente. A Marinha abriu Inquérito Administrativo para investigar as causas do acidente.
Diariamente, de acordo com a Marinha, cerca de 8 mil embarcações, entre barcos de madeira, balsas e navios de grande porte navegam nos rios da região Oeste do Pará, as quais sofrem constantes riscos de acidentes, devido ao grande número de bancos de areia que se formam no leito dos mananciais.
A previsão de meteorologistas e de autoridades marítimas e portuárias é de que o período chuvoso (inverno amazônico) inicie apenas em fevereiro de 2016, o que poderá ocasionar a maior seca de todos os tempos no rio Tapajós e seus afluentes.
De acordo com o comandante da Capitania Fluvial de Santarém, capitão de fragata Robson Oberdan Bispo de Souza, a Marinha trabalha com dados históricos, onde registrou os números nós últimos anos, acima de 2015. Ele informou que neste ano, a vazante já está apontando para uma grande seca, onde os níveis dos rios já estão bastante baixos.
No dia 3 deste mês, o nível do rio Tapajós marcou 1.20 metro, na régua da Agência Nacional de Águas (ANA), instalada no porto da Companhia Docas do Pará (CDP), em Santarém.
“O rio Tapajós já está com mais de 1 metro abaixo se comparado ao mesmo período de 2014 e, está com 10 centímetros abaixo da média histórica da vazante, nos últimos anos. No período mais crítico da vazante, que é no mês de novembro, geralmente a régua mede 1.30 metro, mas já assinalamos 1.20. A tendência é de que nessa primeira quinzena de novembro o rio continue baixando”, prevê o capitão Robson Oberdan.
Segundo ele, 2014 foi um ano atípico, onde aconteceu a enchente com um nível bastante alto e na vazante o rio Tapajós não baixou quanto assinala na média histórica. Já neste ano, capitão Robson destaca que o rio Tapajós está com um nível bastante baixo e, que a recomendação é de cautela para os navegantes.

Fonte: RG 15/O Impacto

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