Soldado da Aeronáutica é morto pelo melhor amigo

Alan Patrick, de 20 anos
Alan Patrick, de 20 anos

Na noite de segunda-feira (21), o soldado da Aeronáutica Maurício Rodrigo da Silva Monteiro disparou um tiro acidental de uma pistola 9mm e atingiu na cabeça outro soldado, Alan Patrick Pantoja da Conceição, 20 anos, que não resistiu e morreu ainda no local.

A fatalidade ocorreu no Comando da Aeronáutica, em Belém, durante o período em que os militares estavam “ativados”, nome dado ao momento em que os soldados estão de serviço fazendo a segurança do local.

Segundo a Assessoria de Comunicação do I Primeiro Comando Aéreo Regional (I Comar) e o pai da vítima, Reginaldo Conceição, Alan Patrick e Maurício eram considerados grandes amigos, o que afasta de início a hipótese do crime ser considerado como homicídio doloso, isto é, quando há intenção de matar. Ainda de acordo com Reginaldo, Maurício teria tentado cometer suicídio após a confirmação da morte de seu amigo.

Após a fatalidade, foi lavrado o auto da prisão em flagrante e o soldado responsável pelo tiro segue preso no Comando da Aeronáutica.

Riscos

Ainda segundo a Assessoria de Comunicação do I Comar, os tiros acidentais são comuns no procedimento de troca e checagem de armamento. No entanto, em geral os disparos são feitos em direção ao chão ou outra área que não provoque acidentes, como o que ocorreu no último domingo.

MORTE POR ACIDENTE NOS QUARTÉIS NÃO É NOVIDADE

A morte de mais um militar, desta vez o soldado Alan Patrick Pantoja da Conceição, 20 anos, nesta segunda-feira (21), aumenta a lista de ocorrências desse tipo nos quartéis militares em Belém.

Outros casos semelhantes foram registrados nos últimos anos, levantando dúvidas sobre a competência no treinamento realizado, imperícia ou mesmo falta de atenção dos soldados no manejo das armas.

Em 2011, o soldado do Exército Fábio Kleiton Coelho dos Santos, de 21 anos, foi morto após ser atingido no peito por um tiro de fuzil calibre 12 no 2º Batalhão de Infantaria de Selva. Na época, o Exército classificou o episódio como uma fatalidade causada por tiro acidental, mas abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte.

Já em 2012, o armeiro da Aeronáutica Cleidson Clemilton da Purificação Viana, 24 anos, morreu dentro da Base Aérea da capital paraense. Ele estava de serviço quando uma bala de pistola de 9 mm, disparada do setor de material bélico, onde o militar estaria junto a mais dois soldados, atingiu seu coração.

Além da utilização dos armamentos, há também outros riscos nas bases militares, como o caso do soldado Thiago Pantoja Baracho, de 20 anos, morto em dezembro de 2010 dentro do comando do quartel do Corpo de Bombeiros, após tentativa de assalto.

Procurada pela reportagem do DOL, a Assessoria de Comunicação do I Primeiro Comando Aéreo Reginal (I Comar) informou que durante todo o período de recrutamento os soldados são submetidos a várias instruções, teóricas e práticas, que envolvem o manuseio e a utilização de armamentos. Após a incorporação, durante o serviço ativo, os militares participam mensalmente de instruções sobre o manuseio do armamento, sendo avaliados anualmente na prática de tiro.

Fonte: Enderson Oliveira/DOL

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