FELIZ PÁSCOA I

Na semana passada escrevi um texto meio de afogadilho, dada a antecipação da entrega que era fora da minha programação. Daí não saiu do meu agrado, foi enviado, apenas o pretexto. Tenho certeza que não lhe agradou, caro leitor. Por isso, retomo o tema que ainda está fresco e revejo e o amplio. Foi assim que comecei.

De repente hoje é quarta-feira, a que outrora, era chamada de Santa! Hoje é o último dia que nos separa do Feriadão. Veja só como o comércio mudou o Dia Santo, da quinta-feira, sexta-feira e outros dias “grandes”, para feriadão! Ainda mais como neste ano que logo após o domingo de Páscoa, tem se na segunda-feira, dia 21 de abril, dia de Tiradentes, aniversário de Brasília. Dia da Polícia Milita (aqui no Pará, a de Tropa de Fontoura, não do Jatene). Aniversário da minha querida filha caçula Ednilce. Mas, o destaque fica para o dia de Tiradentes, que é a razão do Feriado Nacional. Puxa vida, logo na segunda-feira.  Não dá nem para lembrar a Ressurreição do Senhor Jesus Cristo.

E o comércio hoteleiro, turístico, de aviação, navegação e rodoviário, divulgam as opções de viagens para passar o feriadão, nos lugares, mais belos, aconchegantes Inclusive, até com pacotes com pagamento à longo prazo. Destes poucos para o turismo religioso, o maior número é para o turismo recreativo, mesmo, para curtir, para o lazer.

Mas nestes intervalos da procissão do Bom Jesus dos Passos, de Nossa Senhora das Dores, da matraca e do Sermão das Três horas da Agonia, ou Sermão das Sete Palavras (a parte mais importante da Páscoa, para mim, assisti na Tv. Nazaré, na sexta-feira, das doze às três da tarde, pois Belém é uma das únicas cidades no Brasil que mantém essa tradição). Da matraca, do jejum, da ressurreição, retiro, reflexão e penitência. Hoje tudo está mudado.

Outrora não se concedia licença para realização de bailes e outros tipos de festas, ou eventos públicos, na quinta-feira e na sexta santa. (tanto que havia um dito popular que dizia; “estou mais liso do que p… na quaresma). Só no sábado da Aleluia, para se dançar com o Judas, após a malhação. (tradição esquecida, também, mesmo com abundância de temas, como os desmandos promovidos pelos políticos, principalmente). Uma permanece que é o roubo de galinhas, patos daqueles que ainda criam na cidade.

Neste ano, após as festas realizadas na quinta-feira, os brincantes, amanheceram a sexta-feira santa, na orla em frente ao Museu, com o som dos seus veículos em alto volume, como dizem os marítimos: no 12. Sem serem perturbados, mas, perturbando os moradores dali do entorno. Tal qual uma igreja evangélica que tem aqui no conjunto da Cohab. Que o Deus deles é surdo. E aos domingos cinco horas da manhã, um pouco mais, às vezes, não deixam mais os moradores dormirem um pouco além do costume, afinal, é dia de folga. Gritam! E põem no 12.  Mas aí já deve ser trabalho da atuante e zelosa SEMMA.

Neste ano, a Sexta-Feira Santa já trouxe algumas novidades, teve, até assalto a mão armada, esfaqueamento, estupro, acidentes de trânsito etc. Vão rezar, seus pestes!

Há, ainda, o DIA DO ÍNDIO, dia 19. Também aniversário da minha querida amiga Eliete Diniz, moradora do bairro das Laranjeiras, na Cidade Maravilhosa e do rei da jovem guarda, Roberto Carlos.  Mas como os cantores Pepeu e a Baby Consuelo disseram: “que todo dia é dia de índio”(…), talvez por isso se tenha dado mais atenção, este ano,  para o dia do Exército Brasileiro, também no dia 19.

A Tropa de Caxias, de grandes glórias e orgulho da nação brasileira, desde o tempo do respeitado uniforme Verde Oliva. Ora, na cerimônia que se realizava no quartel do 8º BEC, por ocasião dos festejos antecipados, ouvi uma repórter dizer que o Exército Brasileiro chegou à Santarém, na década de 70.  Perdoai! Ela não sabe o que fala. Confundiu-se, Creio! Mas quem chegou na década de 70 foi o Oitavo BEC. O Batalhão de Engenharia que veio com a responsabilidade de construir a rodovia Santarém Cuiabá. Instalaram-se, primeiramente, no Parque Alacid Nunes, onde se realiza a Feira Agro pecuária do Baixo Amazonas. Este sim, chegou na década de 70. Mas o Exército já estava presente aqui, de muitos anos. Daí porque Batalhão Rondon, por causa do desbravador da Amazônia MARECHAL CÂNDIDO RONDON.

No período da segunda guerra mundial, os jovens santarenos iam “servir” ou “sentar Praça” no quartel de Óbidos, no prédio onde hoje funciona a sua Secretaria de Cultura. E depois iam para Belém, para viajar para o teatro de guerra na Europa. Depois, com o final da conflagração mundial, os jovens santarenos tinham aqui o Tiro de Guerra 190, que lhes preparavam para tirarem seus certificados de Reservistas de segunda categoria, pois quem queria ser de primeira, (como eu) ia servir em Manaus ou de Belém, para frente (como dizia o finado Lacrau).

Mas após passada a procissão do Domingo de Ramos, com poucos ramos, este ano. Dizem até que foi por causa das leis ambientais que proíbem o desmatamento. Aí vem a pergunta: onde está a palha, a piririma, a palha preta? Veio, então, a corrida pelo peixe não original, criado com ração de frango, em cativeiro, importados de Mato Grosso, principalmente. Viram só? Quem diria! Que os Santarenos acostumados a comer peixe natural, fresco, dos seus piscosos rios e lagos, mesmo na Semana Santa. Agora vão comer peixes vindos dos criadouros do estado de Mato Grosso, com outro sabor. Falaram até que chegou em Santarém, quarenta toneladas, talvez tenha vindo para representar o bíblico milagre da multiplicação do peixe. Porque o peixe original está “vasqueiro”, ausente das mesas dos santarenos, controlado por poucos que dos lagos levam, direto para outras cidades para outros centros e cobram com ágio, e os vendedores então ditos, outrora, ambulantes, mas para receber a “ponta” do defeso, já são pescadores e estão cometendo dentre outros pecados, o pecado da usura. E se dizem pescadores.

Ainda há dia 23, o dia de São Jorge, o santo guerreiro, dos terreiros de umbanda. É feriado municipal no Rio de Janeiro, dada a forte devoção ao Santo naquela cidade. Ao mesmo Santo que, também, é protetor dos corintianos, mas estes não lembram dele na hora do confronto de torcidas. É, também, o Santo protetor dos escoteiros, fundado por Lorde Robert Stephenson Smyth Baden- Powell, em 1907.

Vamos torcer para nesta época da páscoa onde se festeja, também, a saída, a libertação dos Hebreus da escravidão do Egito, para a terra prometida. Que seja uma nova vida da comunidade e da nossa Pérola do Tapajós que já viveu, nesta Semana Santa sem o seu peixe abundante. Com chocolate a preços exorbitantes, segundo o DIEESE com um aumento de mais de quarenta por cento. Que o Coelhinho da Páscoa faça a doçura da vida em todos os lares.  Se não tiver chocolate, use o doce de cupuaçú, açaí ou até aproveite a doçura das mangas que estão em toda parte e, para finalizar, parodiando a quarta palavra de Jesus na Cruz. Santarém poderia evocar, Alex, Alex, lama sabachthani?, ou seja, Alexandre! Alexandre! Por que me abandonaste?

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Nesta sexta, a partir das 23 horas. Tem SEXTA DA SAUDADE no FLUMINENSE, com MILTON E MILENA, interpretando as melhores músicas românticas de todas as épocas, para os casais enamorados. Imperdível.

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