O DIA DO ESCRITOR BRASILEIRO

É neste dia 25 de julho que se comemora o dia do escritor brasileiro. Sem alarde. Alguns ou poucos sabem até que existe esta deferência a este ser solitário que faz com que as pessoas vejam o mundo através dos seus olhos. É quem vê o mundo e o interpreta ao seu modo e recria para o leitor.

Escrever é um trabalho solitário, pois a obra tem que ser construída por nós, escritores, sem a interferência de ninguém, senão a obra não será nossa, será de parceria com alguém. Entendo que o leitor não é tão solitário, pois, os seus pares, os leitores, são muitos e desejamos que ainda que sejam maiores. Conseguimos chegar às mãos dos leitores e de pessoas que não as conhecemos e que até gostam do que se escrevem e abrem o jornal, por exemplo, vão, diretamente, na coluna, do escritor que lhe agrada. Embora esperássemos que fossem muito mais. E se conhece outros escritores, em realizações de seminários, palestras, lançamentos de livros, ou semanas literárias.

Ao adquirir um livro, ou ler uma crônica em um jornal, um poema em uma revista ou na internet, os nossos leitores chegam até a gente. O que pouco acontecia antes da grande rede, ou no início do século passado. Por isso que a aproximação do leitor e escritor é mais fácil nos tempos atuais, com toda a tecnologia dis0onível. É uma vitória a se comemorar no nosso dia.

Agora quanto à valorização da obra e a remuneração do trabalho é mais complicada. O escritor iniciante – e o não iniciante também – que consegue uma editora para publicar o seu livro, o que não é fácil, e nem muito comum, recebe, apenas dez por cento pelo seu livro, depois de pronto. Vejam só! Dez por cento! Como dizem: o dízimo. E se não for um autor consagrado, popular, ainda recebe os dez por cento em livros. Todos ganham com o livro publicado, menos o autor. Este…. somente os autores de Best seller que vivem de escrever, estes vendem muito e não ganham só os dez por cento. Se o escritor bancar o custo de seu livro este mesmo terá de colocá-lo debaixo do braço e sair vendendo, de porta em porta, como o nosso colega faz na orla de Santarém, à noite. Não haverá um marketing eficiente para que o livre faça parte das prateleiras das boas livrarias, para despertar a curiosidade do leitor.

Além do mais, às vezes, escrever torna-se difícil: “lutar com as palavras é a luta mais vã./ Mal se inicia já rompe o manhã…” (Carlos Drummond de Andrade).

E para encerrar todo esse descaso já era comentado pelo escritor maranhense, Aluísio de Azevedo, o autor de O CORTIÇO, em uma de suas respostas quando lhe perguntaram por que esse seu estado de abandono, andando mal arrumado e quase maltrapilho? Este respondeu: ”é difícil viver de letras num País de Analfabetos”!. Parece ainda atual !? (o presente texto escrito em duas mãos, com o colega escritor de Belém do Pará – Luiz Carlos Amorim- após um fim de tarde de papo legal. Um abraço fraterno ao amigo.)

Convém lembrar nesta data a partida de dois grandes vultos da literatura brasileira, escritores e dramaturgos: João Ubaldo Ribeiro, e Ariano Suassuna, este disse: (tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver.)”. Ambos imortalizaram em seus trabalhos, em suas obras, a cultura, o folclore de suas regiões e, principalmente, o povo e os tipos brasileiros. REQUIESCAT IN PACEM, ao lado do Cristo, o Príncipe da Paz.

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