Indígenas fecham Avenida Tapajós em protesto contra ICMBio

Indígenas de várias etnias da região do Tapajós e Arapiuns realizaram um manifesto, na manhã desta quinta-feira, 13, em frente a sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), na Avenida Tapajós, na orla de Santarém. Portando faixas, cartazes e armas do cotidiano da floresta, como arcos e flechas, membros do Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (Cita) protestaram contra a falta de atenção do ICMBio às demandas das aldeias de Santarém e região oeste do Pará.
Cansados de esperar soluções por parte do ICMBio para a elaboração e aprovação de planos de manejo florestais, os indígenas protestaram com uma faixa dizendo a seguinte frase: “ICM BOPE. Você não nos representa”.

Por conta das reivindicações dos indígenas, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou, no início deste ano, à presidência e a coordenação regional do ICMBio em Santarém e à Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (Resex) que façam as seguintes inclusões aos povos indígenas: a inclusão de entidades representativas de povos indígenas como membros efetivos do conselho deliberativo da Resex Tapajós-Arapiuns; a inclusão da Fundação Nacional do Índio (Funai) como membro do conselho deliberativo da Resex; que garanta a participação dos povos indígenas e da Funai na elaboração e implementação do plano de manejo da Resex no âmbito do conselho deliberativo, respeitando os usos, costumes e tradições das comunidades tradicionais e dos povos indígenas afetados; a elaboração e implementação, inclusive com a participação dos povos indígenas e da Funai, de planos conjuntos de administração das áreas de sobreposição das terras indígenas com unidades de conservação, garantida a gestão pelo órgão ambiental e respeitados os usos, costumes e tradições dos povos indígenas, visando a implementação da gestão compartilhada.
Segundo um levantamento do ICMBio, da Organização das Associações da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (Tapajoara) e da organização Conservação Internacional, na Resex vivem 21 mil pessoas em 74 comunidades. Localizada nos municípios de Santarém e Aveiro, a área da unidade de conservação é de 677,5 mil hectares.
O ICMBio informou que a coordenação da Resex é feita pelas comunidades, e não pelo ICMBio.

Fonte: RG 15/O Impacto, com fotos de Bena Santana