EUA liberam importação de carne brasileira, após 15 anos de barreiras à produção nacional

Dilma Rousseff e Barack Obama
Dilma Rousseff e Barack Obama

No primeiro resultado concreto da visita oficial da presidente Dilma Rousseff, os Estados Unidos anunciaram na segunda-feira a liberação da importação de carne in natura de 14 estados brasileiros, após quase 15 anos de imposição de barreiras não-tarifárias à produção nacional. O potencial de exportação é de até 60 mil toneladas por ano, o que elevaria os EUA, que não compram carne in natura brasileira há uma década e meia, ao grupo de dez maiores compradores do Brasil.
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, acertou os detalhes finais com o secretário de Agricultura dos EUA, Tom Vilsak. As áreas de vigilância sanitária americanas analisavam a suspensão das barreiras desde dezembro de 2013, em percurso com idas, vindas e adiamentos.
O anúncio era uma das principais demandas do governo brasileiro para a visita, por ser considerado um “resultado concreto”. O tema mereceu atenção especial nos contatos de alto nível entre os dois países nos últimos dois meses.
— A presidente Dilma Rousseff tem dado todo o apoio à defesa agropecuária e colocou seu peso político nas negociações com os Estados Unidos para alcançarmos essa posição — disse Kátia Abreu.
INTEGRAÇÃO A CADEIAS GLOBAIS
O Brasil, porém, tem interesses muito maiores do que simplesmente vender carne in natura para os EUA. A avaliação do governo e do setor empresarial é a de que, com o “selo de qualidade” que o aval da vigilância sanitária americana implica, o país poderá disputar com mais vantagens outros mercados, como o asiático, que compra carne americana — os EUA disputam como o Brasil o título de maior produtor mundial de carne.
Outro benefício seria a integração a cadeias globais. Multinacionais brasileiras como a JBS, que tem ampla operação nos EUA, ficam mais bem-posicionadas. No domingo, o presidente da JBS, Wesley Batista, afirmou ao GLOBO que havia dito à presidente Dilma hora antes que este anúncio seria “um marco histórico”. Pecuaristas interessados deverão agora se credenciar junto às autoridades americanas para receberam certificação.
— Vamos trabalhar para que o Brasil se situe entre os cinco países do mundo como referência agropecuária — prometeu a ministra.
Fonte: O Globo

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