Estudo identifica 53 espécies de abelhas na região de Belo Monte

Usina Hidrelétrica Belo Monte proporcionou um dos registros mais significativos em um único estudo sobre abelhas sem ferrão
Usina Hidrelétrica Belo Monte proporcionou um dos registros mais significativos em um único estudo sobre abelhas sem ferrão

A construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte proporcionou um dos registros mais significativos em um único estudo sobre abelhas sem ferrão, agente crucial para a manutenção da floresta amazônica. As atividades de manejo e conservação desses insetos na área dos reservatórios identificaram 53 espécies, além de 28 tipos que aguardam identificação. O total identificado corresponde a cerca de 80% das espécies sem ferrão registradas na Amazônia brasileira até 2005.

A Norte Energia, responsável pela implantação e operação de Belo Monte, coordena o trabalho de resgate das abelhas desde 2011, quando se iniciaram as obras do empreendimento. Os resgates são feitos nas áreas dos Sítios Canais, Pimental, Belo Monte, Bela Vista e Reservatórios Xingu e Intermediário. As espécies de maior frequência identificadas são aTetragona clavipes e Melipona (Michemelia) paraensis.

Parte dos insetos resgatados é devolvida ao habitat para garantir que sua função de polinização continue sendo desempenhada. Para abrigar os ninhos eventualmente danificados nos resgates, a Norte Energia construiu um meliponário no Centro de Estudos Ambientais (CEA), a base de operações e estudos científicos realizados pela Empresa. Atualmente, o meliponário possui 41 ninhos em caixas racionais com dez espécies nativas das quais seis têm excelente potencial para produção de mel de altíssima qualidade.

“Com o projeto, pretendemos criar um espaço de visitação e preservação”, afirma o professor Plácido Magalhães, da Universidade Federal do Pará (UFPA). Ele apoia tecnicamente a iniciativa da criação do meliponário e do aparelhamento do laboratório multiuso para os estudos. “O mel produzido por abelhas sem ferrão é de alto valor mercadológico devido à sua qualidade e uso medicinal. A intenção é multiplicar e preservar estas espécies que são importantes para a região.”

O gerente do Meio Biótico da Norte Energia, Laurenz Pinder, afirma que “a ação é incentivo aos estudos de ecologia e possibilita o aproveitamento econômico das espécies que, futuramente, poderão ser utilizadas em programas de fortalecimento de renda para as populações ribeirinhas do rio Xingu.”

As abelhas são responsáveis por entre 40% e 90% da polinização das espécies silvestres de ambientes tropicais. São esses insetos que visitam frequentemente as flores das árvores de grande porte. Sua eliminação modificaria totalmente o ambiente. “A conservação de espécies resgatadas nas áreas de Belo Monte é fundamental para a manutenção do fluxo gênico das florestas remanescentes do entorno do empreendimento”, explica o professor Plácido.

Fonte: Anderson Araújo

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