Bandidos recebem informações de dentro das empresas para praticar assaltos

Delegado Nelson Silva, diretor da Seccional de Polícia Civil de Santarém
Delegado Nelson Silva, diretor da Seccional de Polícia Civil de Santarém

Quatro assaltos de grande repercussão que aconteceram recentemente em Santarém, entre eles, um na empresa de ônibus Trans Azevedo, um na Loja Gazin, um em uma farmácia da Rede Primavera e o mais recente, na Agência dos Correios localizada em frente ao Quartel do 3º BPM, continuam sendo investigados pela 16ª Seccional da Polícia Civil. Os investigadores acreditam que pessoas ligadas às empresas, que estão sendo alvos de assaltos, passaram informações privilegiadas para os bandidos.
“Nós atuamos com a Divisão Especializada em Roubos e, colocamos dois delegados em um mês, dividindo quinze dias para cada um deles, justamente para que as autoridades policiais possam dar atenção principalmente nesses assaltos que tem ocorrido. Nós não podemos generalizar e dizer que temos que investigar todos os funcionários das empresas. Não é isso! Mas, muitos assaltos que tem ocorrido em Santarém são informações que saem de dentro das empresas”, revela o diretor da 16ª Seccional Urbana, delegado Nelson Silva.
Segundo ele, do assalto que ocorreu na Loja Gazin, a Polícia Civil tem informações importantes, onde o Inquérito Policial já foi instaurado, inclusive, com o depoimento de uma testemunha que reconhece alguns indivíduos que participaram do delito.
Do assalto na Trans Azevedo, de acordo com o delegado Nelson, a Polícia tem também informações importantes. “Nossos policiais continuam fazendo diligências juntamente com o Serviço Reservado da Polícia Militar, para tentarmos descobrir os autores do crime e levá-los à Justiça. Temos mais informações do assalto que ocorreu na Gazin, do que o da Trans Azevedo. Temos algumas informações que chegaram após o fato, de vizinhos que deram depoimentos”, diz a autoridade policial.
A Polícia Civil acredita que os assaltos estão ocorrendo com a autoria de bandidos de Santarém com a participação de comparsas das cidades próximas. “Acreditamos que são indivíduos aqui de Santarém que recebem a ajuda de indivíduos que vem de outras localidades. Recebemos a informação de que existem indivíduos de municípios próximos que estão recebendo apoio de bandidos daqui que estão cometendo delitos. Vamos chegar nesses indivíduos e vamos levá-los à Justiça!”, avisa o delegado Nelson.
MODALIDADE: De acordo com o delegado Nelson, a Polícia suspeita que os bandidos usam a modalidade conhecida no meio policial como ‘parada dada’, onde fazem uma estratégia antes, para depois executar o roubo num determinado estabelecimento, com informações que vem de dentro das empresas.
“Recentemente teve um assaltante que morreu, mas o outro que foi preso confessou que teve a informação de um funcionário da Loja. O assalto ocorreu em um estabelecimento comercial, onde o próprio empresário foi atrás. Acreditamos que as informações estão saindo de dentro das empresas e, é isso que tem acontecido”, reforça Dr. Nelson Silva.
SUSPEITA: Perguntado sobre a possibilidade de algum funcionário da empresa Trans Azevedo ter passado as informações para os assaltantes, o delegado Nelson ressaltou que a suspeita permanece e que todas as possibilidades estão sendo investigadas. “Acreditamos que as informações do assalto na empresa de ônibus saíram de alguém próximo, porque os bandidos tinham conhecimento dos valores que estava no local e do ‘modus operandi’ da hora que os veículos chegavam. Eles tinham conhecimento, que somente alguém de dentro poderia passar pra eles”, afirma o delegado Nelson, acrescentando que quatro pessoas participaram do assalto na empresa Trans Azevedo.
ENTENDA O CASO: Segundo a Polícia Civil, na madrugada de segunda-feira, 28, quatro assaltantes pularam o muro da empresa Trans Azevedo, localizada na Avenida Moaçara e armados, renderam dois vigias. Eles foram levados até o escritório, onde foram amarrados e ameaçados. Ainda segundo a Polícia, os bandidos quebraram os cofres com o auxílio de uma marreta, e roubaram a quantia de R$ 40 mil. Na fuga, os suspeitos utilizaram o caminhão da empresa, mas abandonaram o veículo no meio do caminho.
O delegado responsável pelo caso, Dr. Eduardo Simão, informou que as investigações estão em andamento. “As testemunhas passaram características dos assaltantes e outras informações que vão ajudar bastante a resolver o caso. Estamos fazendo buscas nas proximidades da empresa, de acordo com o que nos foi repassado e nossos investigadores estão trabalhando no sentido de capturar os autores”, afirma o delegado Eduardo Simão.
De acordo com Dr. Eduardo Simão, já existem pessoas suspeitas de terem cometido o assalto. “Pelas informações das testemunhas, os indivíduos se prepararam bastante e bem antes para cometer o crime. A informação é que eles utilizavam coletes a prova de bala e sabiam quais funcionários estariam de serviço na empresa naquele dia. Eles também sabiam o local onde o dinheiro era colocado ao final do dia. Nós estamos trabalhando com a hipótese de que pessoas de dentro da empresa tenham passado informações aos assaltantes. Tudo isso estamos investigando”, concluiu o Delegado.
Por: Manoel Cardoso
Fonte: RG 15/O Impacto

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