Crime ambiental – População denuncia fim de igarapé em Santarém

Bueiro contamina igarapé
Bueiro contamina igarapé

Um dos principais afluentes do Irurá, conhecido por Igarapezinho, virou esgoto a céu aberto, na zona urbana de Santarém. Após anos de devastação, por conta dos serviços de construção e asfaltamento da rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), quem caminha próximo ao Igarapezinho constata a extinção da flora e da fauna, que faziam parte do complexo do manancial.
Hoje, a mata ciliar foi totalmente devastada. Lixo, toneladas de areia e esgotos domésticos também contribuem para a extinção do manancial. Outro problema constatado por quem vai ao local fica por conta de um bueiro construído na BR-163. Ele leva parte dos dejetos contaminados do Igarapezinho ao canal principal do Irurá.
Agora, a expansão imobiliária também vê na região um novo destino de grandes empreendimentos. No local, grandes empresas se instalaram nos últimos anos. E quando esse progresso – no Igarapezinho e em outras áreas da cidade – não é acompanhado por consciência ambiental, os riscos são reais e preocupantes.
O nível de contaminação do Igarapezinho e demais mananciais da zona urbana de Santarém preocupa estudantes universitários.
De acordo com estudantes do curso de ciências biológicas da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), na região de Santarém, a contaminação dos recursos hídricos urbanos é uma realidade preocupante, pois, além da poluição por esgotos domésticos, aumenta também a contaminação por efluentes industriais, produzidos por madeireiras, entre outras empresas.
Este tipo de contaminação, segundo os universitários, ocorre há mais de duas décadas nos igarapés de Santarém, que são tributários dos dois principais agentes de drenagem da cidade, os rios Tapajós e Amazonas. Na orla de Santarém, o rio Tapajós recebe a contribuição do tributário urbano, do igarapé do Irurá, que drena principalmente a área urbana da cidade.
A microbacia do igarapé do Urumari drena área densamente povoada desde suas nascentes até a foz, e tem suas margens ocupadas por residências, além de diversas atividades em seu entorno. Alguns de seus tributários se encontram em processo de degradação devido às atividades econômicas em seu transbordo.
OCUPAÇÃO DESORDENADA: Em outubro do ano passado, agentes da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) estiveram em visita ao local, onde constataram a presença de famílias construindo moradias às margens do Igarapezinho.
Em conversa com o senhor Wagner Santos Nascimento e as senhoras Ivone Oliveira e Delani Luziana, os agentes da Comdec foram informados de que as famílias não tinham autorização da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), para erguer construções na área, considerada de risco e de preservação ambiental.
“Nós verificamos que as famílias que estão construindo casas no local já atearam fogo atingindo as raízes de buritizeiros que ficam às margens do igarapé, aumentando os riscos dessas árvores virem a cair atingindo residências já habitadas. Informamos que eles não podem continuar construindo naquela área para a própria segurança deles”, informou, na época, Darlison Maia, titular da COMDEC.
A Defesa Civil Municipal enviou relatório da vistoria à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) e a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) recomendando que providências sejam tomadas pelos órgãos no sentido de prevenir danos maiores.
Por: Manoel Cardoso
Fonte: RG 15/O Impacto

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