Diretor da 5ª URE diz que aluno deve ser punido

Professor Dirceu Amoedo
Professor Dirceu Amoedo

O Ministério Público Estadual (MPE) abriu investigação sobre várias denúncias protocoladas ao órgão de que a diretoria do anexo I da Escola Frei Othmar, localizada na Vila Curuai, na região do Lago Grande, em Santarém, Oeste do Pará, está praticando vários ilícitos contra os alunos, como trabalho infantil e a venda de bebidas alcoólicas a menores de idade em eventos do educandário.

Segundo informações repassadas ao MPE por um professor que pediu para não ter a identidade revelada, o professor Sinai da Silva Duarte, responsável pelo anexo, aproveitou um evento realizado pela Escola Frei Othmar, na sede da Associação dos Moradores do Lago Grande, na Vila Curuai, no mês de agosto de 2014, para vender bebida alcoólica para menores de idade e lucrar com a festa. Hoje, a Escola atende mais de 600 alunos, matriculados em três turnos.

Por conta de realizar as denúncias ao MPE, o professor contou que foi demitido pelo diretor da 5ª Unidade Regional de Ensino (URE), professor Dirceu Amoedo. O professor garantiu que antes de ser demitido, comunicou o fato à 5ª URE, que não tomou nenhuma providência em relação ao caso. Desde a época da denúncia, o professor afirma que vem sofrendo perseguição e assédio moral por parte do professor Sinai.

Além do uso de bebida alcoólica no evento festivo, o professor denunciou que os alunos são obrigados a pagar uma taxa para fazer as provas. Já os que não têm condições de pagar, são obrigados a trabalhar, como carregar areia dentro da Escola.

Devido essas denúncias de ilícitos contra os alunos, o professor Dirceu Amoedo participou de uma reunião no dia 10 de março deste ano, no ginásio da Escola Frei Gilberto Wood, na Vila Curuai, com a presença de pais, alunos, professores e comunitários para tratar dos fatos relacionados às investigações do MPE.

Durante a reunião, o professor Dirceu garantiu que a demissão do professor que protocolou as denúncias no MPE não se deu por ter levado os fatos às autoridades e a comunidade em geral, mas por falta de postura profissional. Dirceu disse, também, que cabe ao Ministério Público investigar e dar respostas sobre as denúncias.

Após ouvir as colocações do professor Dirceu Amoedo, algumas mães questionaram o fato de seus filhos serem colocados para fazer os trabalhos na Escola que deveriam ser feitos por serventes. Depois de ouvir as perguntas das mães, o diretor da 5ª URE, Dirceu Amoedo, prometeu tomar providências sobre as reclamações. Ele ressaltou que tudo era questão de bom senso, uma vez que existem apenas duas serventes para trabalhar nos três turnos.

Um fato que chamou a atenção do professor que fez as denúncias, é que na ATA da reunião na Escola Frei Othmar, assinada por todos que estavam presentes, inclusive pelo diretor da 5º URE, Dirceu Amoedo, consta em um trecho a seguinte frase: “Se os pais não concordarem de seus filhos fazerem a limpeza, procurem o diretor (Sinai Duarte) e digam a ele. É melhor resolver com diálogo”. A senhora Elane Aquino perguntou se o aluno quando suspenso era certo trabalhar na Escola, fazendo limpeza, pois seu filho não faz esse trabalho em sua casa. Dirceu Amoedo disse “que não é permitida situações constrangedoras e violentas como: capinar sob sol quente, bater e humilhar. Porém, tudo o que tiver de ser feito para que o aluno se sinta punido, no sentido de melhorar seu comportamento é aceito”.

Depois de 21 anos de funcionamento do SOME na Vila de Curuai, Lago Grande, a Seduc implantou o Ensino Médio Regular (EMR) para os estudantes daquela região, desde o ano de 2012. A EEEFM Frei Othmar foi escolhida para dar suporte pedagógico, na fase de implantação, até que seja construída a nova escola. Passados três anos, como a Seduc não construiu um novo prédio em Curuai, a ensino médio continua sendo ministrado pela Escola Frei Othmar.

GREVE ESTADUAL: Em protesto a falta de dialogo com o Governo do Pará, através da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), para o cumprimento das reivindicações dos professores, pelos menos 100 profissionais da área de educação ocuparam, na manhã de quarta-feira, 13, a sede da 5ª Unidade Regional de Ensino (URE), em Santarém.

Os professores também pedem a exoneração de cargo do titular da Seduc, Helenilson Pontes. A classe de trabalhadores de educação está em greve desde o dia 25 de março.

Além de Santarém, um grupo de professores ocupou o Centro Integrado do Governo (CIG), na avenida Nazaré, em Belém. Na manhã de quarta-feira, os professores da rede estadual de ensino fizeram uma assembléia geral para definir os rumos da greve. Após a assembléia, os professores decidiram manter a greve que já dura mais de 50 dias.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), o governo segue sem apresentar uma proposta para a categoria.

Na manhã de quarta-feira, o governo teria entrado com um pedido de reintegração de posse do Centro Integrado do Governo (CIG), onde os professores acamparam.

A greve possui entre outros pontos de pauta principais o envio do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCR) à Alepa; Reformas Urgentes das Escolas; Pagamento integral do retroativo do piso e não descontos dos dias parados. Segundo o comando de greve cerca de 26 mil trabalhadores permanecem em greve, com 100 municípios paralisados.

A 5ª URE informou que onze escolas da rede estadual retornaram as atividades, na manhã segunda-feira, 11.

Entre as instituições que voltaram as aulas estão: as escolas São Francisco, Frei Othmar, Dom Thiago, Almirante Soares Dutra, Rodrigues dos Santos, Júlia Gonçalves Passarinho, Aluísio Martins, São Raimundo Nonato, Gonçalves Dias, Felisbelo Jaguar Sussuarana e São Felipe.

Até o fechamento desta edição, às 15 horas de quinta-feira (13), os professores ainda permaneciam nas dependências da 5ª URE.

GOVERNADOR FAZ POUCO CASO COM PROFESSORES: O governador Simão Jatene, junto com uma comitiva, irá viajar neste sábado (16), para a Argélia (África), em uma viagem de 12 dias, só retornando no dia 28. Os deputados da oposição ao seu governo fizeram duras críticas a essa medida surpresa do Governador. Segundo o deputado Carlos Bordalo (PT), Jatene inventou essa viagem para fugir do caos que se instalou na educação. Até os deputados da base aliada não receberam bem a notícia da viagem do Governador.

Fonte: RG 15/O Impacto

 

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