Falta de simulador de trânsito poderá prejudicar Autoescolas

O órgão por diversas vezes adiou o cumprimento da exigência em todo o estado do Pará
O órgão por diversas vezes adiou o cumprimento da exigência em todo o estado do Pará

A exigência do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) sobre a obrigatoriedade da utilização de simuladores de trânsito por parte dos Centros de Formação de Condutores (CFC), ainda não encontrou ressonância no Departamento de Trânsito do Pará (Detran-PA). O órgão por diversas vezes adiou o cumprimento da exigência em todo o estado do Pará.

O último prazo estabelecido pelo Detran-PA foi o dia 31 de janeiro. Porém, após reunião com Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Pará (Sindcfc/PA), que aconteceu no dia 01 de fevereiro, o órgão do trânsito prorrogou mais uma vez o prazo, ainda por cima, deixou de forma indeterminada o período para que as autoescolas cumpram a exigência.

“A gente está aguardando funcionar a coleta biométrica do Detran-PA, para poder realizar este investimento, da questão do simulador, para servir os alunos. Estamos dependendo disso. Não é viável porque o Detran-PA não se adequou para receber as frequências dos alunos do simulador. A frequência por biometria é um mecanismo de segurança e transparência para o processo de habilitação. A gente luta por isso. É uma frequência digital, onde inibe a corrupção. O aluno vai fazer as aulas, e antes de iniciar, ele vai ter que colocar a digital do dedo para dar sequência a aula, e fará o mesmo processo quando ele terminar a aula. No momento o Detran está em fase de implantação da biometria nas autoescolas”, informou Jonatas Silva, proprietário de CFC.

De acordo com informações, os alunos de Santarém e de todo o estado do Pará, que estão passando pelo processo de formação, prosseguem com o tramite normalmente. Já as autoescolas conseguiram mais prazo para implantarem o novo equipamento. O investimento necessário gira em torno de 40 mil reais. As autoescolas também pagarão um valor por hora/aula para o fabricante dos equipamentos.

“Eu não consigo entender porque tanta demora. A exigência é desde o ano de 2014. Porque aqui em nosso estado existe essa demora. Com o simulador de trânsito, os alunos terão testadas suas habilidades, e estarão mais preparados para as aulas práticas nas ruas. Meu irmão recentemente passou pelo processo de retirar a CNH no estado do Rio Grande do Sul, e me disse que passar pelas aulas no simulador facilitou em muito o desempenho dele. Sentiu-se mais preparado para enfrentar a prova do exame prático. Também falou que aulas no simulador apresentam situações diversas que não são encontradas nas aulas práticas, como por exemplo, simulação de direção com chuva, e também dirigir em Rodovias”, diz Ludmila Santos, mãe de aluna de uma autoescola.

Para os proprietários de autoescolas, a decisão de utilização do simulador é uma solução necessária, para fazer com que os motoristas estejam mais preparados, sobretudo, em diversas situações que envolvem a rotina do trânsito. Porém questionam a forma que está acontecendo. Para eles a existência de somente duas empresas homologadas para fabricar e vender o equipamento vai contra a imediata adoção por parte dos CFC’s. Outra situação que incomoda é o fato de que as autoescolas tenham que pagar para a fabricante, um valor sobre as horas/aulas praticadas no simulador. Este fato encarece muito mais o investimento que tem que ser realizado, e que terá como consequência o aumento dos valores que os alunos terão que pagar para conseguir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Empresário Jonathan Silva diz que Autoescolas aguardam determinação do Detran
Empresário Jonathan Silva diz que Autoescolas aguardam determinação do Detran

MAIS OUTRA PRORROGAÇÃO: O Detran decidiu prorrogar o prazo para adequação dos Centro de Formação de Condutores às novas regras para o uso de simuladores nas aulas de direção. No entanto, não foi informado por quanto tempo será essa prorrogação, um mês ou uma semana. Por meio de nota, o Detran apenas disse que “considerando as dificuldades expostas pelos donos de autoescola, ficou decidido que o Detran solicitará formalmente ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) a prorrogação do prazo para adequação dos CFCs às novas regras, mas, antes disso, estabelecerá um cronograma de implantação dos simuladores nas autoescolas, que deverá ser cumprido rigorosamente pelos CFCs. O tempo de prorrogação a ser solicitado dependerá das previsões deste cronograma, que deverá ser concluído até o final do mês”.

As autoescolas tinham até 31 de janeiro para adotar os simuladores. Ou seja, hoje, os simuladores já deveriam estar funcionando. Mas, houve uma reunião de diretores do Detran com representantes do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Pará (Sindcfc/PA) e fabricantes de equipamentos simuladores de direção veicular.

A nota do Detran explica: “Como se sabe o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) tornou obrigatório o uso do simulador de direção veicular pelas autoescolas, para candidatos à primeira habilitação, na categoria B, e adição de categoria, conforme determinação da Resolução nº 543/2015 do Contran. No entanto, o sindicato relatou na reunião suas dificuldades para adquirir os equipamentos, uma vez que, em todo o país, há apenas duas empresas certificadas para fabricação e fornecimento. O sindicato ainda informou que devido à grande procura e ao fato de tais simuladores não serem fabricados em larga escala, os equipamentos têm previsão de entrega no prazo de 30 a 60 dias úteis. Na nota, o Detran esclarece que não haverá prejuízo aos candidatos que já iniciaram os procedimentos para obtenção da primeira habilitação, que poderão seguir normalmente com as fases e provas necessárias para a conclusão do processo”.

COMO FUNCIONA UM SIMULADOR: Os Simuladores de direção veicular, produzidos no Brasil possuem um sistema de simulação composto por um conjunto de software e hardware que, sintonizados em um processo físico/mecânico, passa para o condutor as sensações de um veículo automotor.

Os modelos foram desenvolvidos, em conformidade a legislação (Portarias DENATRAN), sobretudo, para o treinamento de candidatos à obtenção da CNH, categoria “B” e também para a requalificação de condutores já habilitados. Os Simuladores oferecem uma combinação, capaz de reproduzir um excelente realismo para o treinamento de motoristas. A similaridade a um automóvel, proporciona desenvolver uma aprendizagem técnica da dirigibilidade com um mínimo de esforço e risco, permitindo ao aluno praticar nas diferentes ações que ainda não está habituado: frear, acelerar, engrenar marchas sem desviar a atenção do itinerário, permitindo a assimilação gradual e progressiva dos reflexos necessários para uma boa habilidade prática e uma condução defensiva de maneira fácil e segura. Em conjunto com o sistema web possibilita gerar relatórios sobre o desempenho técnico e da aprendizagem dos candidatos. O aluno poderá vivenciar diversas situações tais como: rodovias não pavimentadas, pavimentadas, percursos em cidades detalhadas por bairros e vias sinalizadas, possui circuitos fechados com cones para as aulas inicias, com áreas balizadas com ou sem a presença de outro veículo, reproduz a mudança temporal, ou seja, o amanhecer, o entardecer, o anoitecer, de forma que o condutor possa fazer uso dos dispositivos de luz baixa, luz alta, pisca alerta, em qualquer ambiente virtual, possibilita ainda a alteração do fluxo de veículos de mesmo sentido para sentido contrário, em cada situação. O detalhamento dos relatórios permitindo os instrutores de trânsito ao final de cada aula realizar a orientação pedagógica.

Por: Edmundo Baía Junior

2 comentários em “Falta de simulador de trânsito poderá prejudicar Autoescolas

  • 12 de fevereiro de 2016 em 23:01
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    Concordo com o amigo e colega Lauro Cerqueira.

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  • 12 de fevereiro de 2016 em 18:39
    Permalink

    Fica aqui minha opinião, moro em Goiânia mais sou Paraense e residi muitos anos em Santarém, e conheço bem a região, bem com relação ao SIMULADOR, há vários itens em questão, uma delas é que será uma forma de encarecer a CNH, além disso não creio que ajude em nada, 5 horas aula em simulador, talvez se fosse mais horas tudo bem. Outro item é que realmente não fará diferença nenhuma, o ideal seria o aluno fazer aulas praticas até porque a qualidade desses simuladores são péssima, eu já ouvi reclamações que não é uma coisa confiável, há um retardo em varias funções do mesmo, por isso não vejo pela qualidade e sim para arrecadarem mais, e a qualidade do transito ficará na mesma, tudo meus conterrâneos requer educação e respeito dos motoristas novos e mais velhos, se resolvesse o simulador atualmente não teríamos muitos “roda presa” como dizemos aqui em Goiânia, ou barbeiros no transito de todo país.
    Como disse é mais uma forma de arrancarem dinheiro e encarecer as CNH.

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