Filho mata pai e irmã a terçadadas em Santarém

Yarle, Valter e Bruna
Yarle, Valter e Bruna

Em depoimento na Seccional, Yarle Junior confessou que matou seu pai Valter e irmã Bruna

O jovem Yarle Cardoso Gomes Júnior, de 19 anos, conhecido como “Júnior”, em depoimento na 16ª Seccional da Polícia Civil, na tarde de segunda-feira, 19, prestado ao delegado Jardel Guimarães, confessou que matou seu pai, o empresário Valter Carvalho Gomes, de 43 anos, e sua irmã Bruna Oliveira Gomes, de 20 anos.

O crime aconteceu por volta de 07h, de segunda-feira, 19, em uma residência, no bairro do Maracanã, em Santarém, Oeste do Pará. Ele afirmou que matou seus parentes para roubar o carro da família, para em seguida vender o veículo, para comprar drogas.

Yarle foi preso por volta de 9h45, de segunda-feira, na Comunidade de Pedra, a cerca de 7 quilômetros do município de Mojuí dos Campos. O carro foi achado em cima de uma balsa parcialmente amassado. A Polícia acredita que ele capotou, mas continuou viagem. O objetivo dele, segundo a Polícia, seria chegar até a comunidade Alto Seco, onde mora sua mãe.

Além de Yarle, dois homens também foram detidos, acusados de participação no crime. Em depoimento, eles confessaram que apenas ingeriram muita bebida alcoólica com Yarle, na noite anterior ao duplo assassinato. Yarle confessou, ainda, que além de matar as duas pessoas, pretendia aumentar o rastro de sangue na família, matando a madrasta e sua irmã, que estava na escola no momento do delito.

De acordo com o delegado Jardel Guimarães, a Polícia foi acionada para uma tentativa de assalto, mas no local havia uma sandália com marcas de sangue, que segundo a mãe de Bruna, era de Yarle conhecido como “Junior”, filho de Valter com outra mulher. A partir da pista, ele passou a ser apontado como principal suspeito.

Investigações da Polícia Civil apontaram que após cometer o duplo homicídio, Yarle trocou sua bermuda que estava suja de sangue, por uma de seu pai. Depois pulou o muro e, ao chegar onde estava a caminhonete, pegou o veículo e empreendeu fuga. O carro modelo Hillux que estava na garagem foi levado. O helicóptero do grupamento aéreo fez sobrevôo e localizou o veículo próximo ao município de Mojui dos Campos. Imediatamente a Polícia iniciou as buscas pelo suspeito.

O CRIME: O empresário Valter Carvalho Gomes, natural do Estado de Goiás, proprietário de um açougue na cidade, foi assassinado em sua residência. Ele morava na Rodovia Fernando Guilhon, passando o bueiro, às proximidades do Sistema Amazon de Ensino. A filha do empresário, Bruna Oliveira Gomes, de 20 anos, também foi assassinada. Ambos foram mortos com vários golpes de terçado desferidos por Yarle, sendo que Valter teve um de seus braços decepados.

Durante o suposto assalto, o assassino levou o veículo da marca Hyllux, cor verde, ano 2000, de placas JWP-4472, que pertencia ao empresário, mas que foi recuperado no Município de Mojuí dos Campos. A mulher do empresário, Alzileide, conhecida por Duda, saiu por volta de 6h30, para levar sua filha menor no colégio e quando voltou se deparou com a trágica cena. Testemunhas dizem que a filha do empresário, Bruna, quando viu seu pai sendo assassinado se trancou em seu quarto, mas que foi arrombado e também foi assassinada. Seu corpo foi encontrado dentro do banheiro.

SUSPEITA: Segundo o Comandante do CPR-1, Tenente/Coronel Anthenor Nascimento, a suspeita do crime caiu sobre o filho do empresário com outra mulher, conhecido por “Júnior”. Na cama do casal foi encontrada uma bermuda suja de sangue, a qual havia sido usada por “Júnior”. Já no pátio da casa, a Polícia encontrou uma sandália suja de sangue.

O juiz Gerson Marra também esteve no local do crime, pois a jovem Bruna Oliveira Gomes era acadêmica de Direito da Ulbra e estava estagiando no Fórum de Justiça de Santarém.

Muitos curiosos estiveram no local onde aconteceu o duplo assassinato. Homens do PTran isolaram a área e a Polícia Militar e Polícia Civil, bem como uma equipe do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC) se deslocaram até a residência para fazer o levantamento do crime e a perícia.

DENÚNCIA: Em entrevista à imprensa local, Yarle declarou que veio para Santarém há cerca de 4 meses especialmente para estudar. Ao chegar à cidade, ele foi matriculado na Escola Ezeriel Mônico de Matos, localizada na Avenida São Sebastião, no bairro da Aldeia, onde conheceu muitas pessoas que são usuárias de droga. Yarle afirmou que virou usuário de droga depois que começou a estudar na Escola Ezeriel. “Tem muita gente que usa droga dentro das salas de aula. A droga rola solta dentro da Escola Ezeriel. Muitos alunos são usuários”, denunciou Yarle.

RECONSTITUIÇÃO: A Polícia Civil quer esclarecer o que realmente aconteceu na cena do crime, na Avenida Fernando Guilhon, bairro Maracanã, onde foram encontrados mortos o empresário Valter Gomes e a filha Bruna Gomes, no início da manhã de segunda-feira, 19, em Santarém, oeste do Pará.

Em depoimento na delegacia, o suspeito Yarle Gomes confessou que matou o pai e a irmã a golpes de terçado porque pediu dinheiro para comprar drogas e não recebeu.

“A reconstituição é fundamental pra gente reproduzir o passo a passo da declaração do assassino e confirmar ou encontrar indícios de contradições”, destacou o delegado de Polícia Civil, Jardel Guimarães.

COMOÇÃO: Colegas de faculdade e do Fórum de Santarém, onde Bruna estagiava lamentaram o crime praticado com requintes de crueldade. Grande foi a comoção por parte da comunidade acadêmica da Ulbra, durante a semana em relação ao assassinato da estudante do curso de Direito, pelo próprio irmão, usuário de droga.

CORPOS FORAM ENTERRADOS EM GOIÁS: Os corpos do empresário Valter Carvalho Gomes e de sua Bruna Oliveira Gomes foram enterrados em Jataí, no sudoeste de Goiás, no final da tarde de terça-feira (20). O traslado dos corpos para a cidade goiana foi feito de avião de Santarém (PA), onde o crime aconteceu. A família não se conforma com a tragédia. “Realmente é uma situação trágica, inesperada para todos”, declarou o parente José Oscar Sousa Martins.

O irmão de Valter, Valteir Gomes, também morava no Pará. Ele afirma que o suspeito tinha um bom relacionamento com a família. “Ele trabalhava com o pai. O pai cobrava que ele estudasse. Foi uma surpresa, uma covardia. Ele [Valter] foi traído dentro de casa”, declarou Valteir.

Fonte: RG 15/O Impacto

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