Pescado produzido no Mato Grosso ‘invade’ feiras e mercados de Santarém

Feira do Pescado em Santarém
Feira do Pescado em Santarém

A grande quantidade de pescado trazido do Estado do Mato Grosso e que está sendo comercializado nas feiras e mercados de Santarém virou motivo de debate na cidade. Quem procura os principais pontos de venda de peixes, como os mercados Modelo e Municipal, Mercadão 2000 e Feira do Pescado constata a venda do pescado produzido no Mato Grosso.
Nas últimas semanas caminhões frigoríficos do Mato Grosso despejaram em Santarém toneladas de tambaqui de criatórios, mais barato que o peixe natural da região. Vieram do Brasil Central vender peixe nas margens do Amazonas e Tapajós, causando queixas dos comerciantes locais, os quais acionaram a Colônia de Pescadores Z-20.
Já nos finais de semana, os caminhões frigoríficos são vistos às proximidades do Mercado 2000, Mercado Modelo e feiras do Aeroporto Velho e Cohab, em Santarém. Após receber a denúncia, a Colônia de Pescadores questionou a venda, junto à Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Semab). Hoje, dezenas de vendedores dizem que a chegada do peixe do Mato Grosso não prejudica a venda em Santarém.
De acordo com o vendedor de peixe do Mercado Modelo, Claudenir Rocha, o peixe vindo do Mato Grosso, inclusive o Tambaqui, não prejudica a venda porque em Santarém falta a produção do referido peixe. “A qualidade de peixe, como o Tambaqui, está muito difícil de conseguir, então, se não fosse esse peixe do Mato Grosso abastecer esses mercados, com certeza estaria faltando, quanto ao aumento do preço é devido à falta de concorrência” explica.
ALTA NO PREÇO: Desde outubro de 2013, quando a primeira espécie de peixe entrou no Período do Defeso, os consumidores santarenos estão sentindo o aumento nos preços na hora da compra. No total, 11 espécies foram colocados na lista de proibição do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no primeiro trimestre deste ano.
Segundo o Ibama, o Defeso é o tempo necessário para garantir a reprodução, quando os peixes relacionados deixam de ser pescados, armazenados e vendidos. O reflexo da medida já pode ser percebido. A primeira espécie a entrar no Defeso foi o tambaqui, no dia 1º de outubro. O peixe seguiu protegido até o dia 31 de março. No dia 15 de novembro de 2013, mais oito espécies entraram no Defeso, como o aracu, branquinha, curimatá, fura-calça, jatuarana, mapará, pacu, pirapitinga, até o dia 15 de março de 2014. Em 1º de dezembro, acari e pirarucu foram incluídos na relação. A proibição teve duração de seis meses.
ALTERNATIVA: Uma das alternativas encontradas para o comércio local não ficar desguarnecido, é a venda de peixes criados em cativeiro, como é o caso do tambaqui que vem do Mato Grosso. “O programa do governo federal vem ser alternativa para que não falte peixe aqui no mercado. Então, esse peixe que vem do Mato Grosso está suprindo a necessidade, muito embora nem todos santarenos gostem de saborear esse peixe, mas uma boa parte da população já está mais adaptada”, explicou o vendedor da Feira do Pescado, Antônio Pinto.
Os vendedores não reclamam em comercializar menos espécies, mas aumentam o valor do quilo, porque a demanda cresce. “Quando o peixe fica proibido, é só esse que a gente pode vender. Eu acho que está bom, né? R$ 6 o quilo”, diz José dos Santos. “O preço subiu um pouquinho, mas dá para ir levando”, conta Aberlado Garcia.
Apesar da alta, em tão pouco tempo, quem gosta de comer peixe não reclama de pagar mais pelo quilo. “Os preços estão bons, para quem gosta de comer peixe. Tenho certeza que vai dar para todos que gostam de apreciar peixe”, comenta a autônoma Ivanilce dos Santos.
Fonte: RG 15/O Impacto

 

Um comentário em “Pescado produzido no Mato Grosso ‘invade’ feiras e mercados de Santarém

  • 25 de agosto de 2014 em 09:04
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    Os tempos mudaram mesmo ….. de onde antes saíam toneladas de peixe para fora hoje está comprando de fora. Essa é uma condição que não será passageira, visto que a procura aumenta a cada dia, eu moro aqui próximo a divisa com o Mato Grosso e vejo que essa atividade de criar peixes em cativeiro (eu também faço isso por enquanto para consumo próprio) além de ser rentável para quem cria, também tem ajudado a desafogar os rios da região, o que é muito bom para o aumento de cardumes, como é o caso aqui. Espero ver um dia o povo daí de santarém com essa mesma preocupação em criar também.

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