Sinval: “Antigamente tinha que ter voz e talento para trabalhar em rádio”

Radilista Sinval Ferreira
Radialista Sinval Ferreira

No ano em que o comunicador Sinval Ferreira comemora 50 anos de rádio, o jornal O Impacto abre espaço para que ele exponha suas opiniões. Comunicador tarimbado, Sinval Ferreira lembra que começou no ano de 1966, mais precisamente no mês de agosto daquele ano. Fazendo uma análise entre o rádio de hoje e de ontem, onde não se contava com tantos recursos, tais como redes sociais, equalizador digital e tantas outras parafernálias modernas que maquiam a voz do ‘comunicador’, o conceituado homem de rádio enfatiza: “No passado, para ser radialista tinha que ter talento, e além disso, a voz com timbre grave. Naquela época não tínhamos locutor com timbre nem de médio, nem baixo”, lembra o experiente comunicador.

Sinval Ferreira diz: “Locutor tinha que ter a voz grave, que chamasse atenção, não podia ter meio termo, e, além disso, era necessário saber ler muito bem, técnica que aprendíamos ainda na escola primária, quando a professora colocava o aluno para ler os textos em voz alta”, lembra Sinval.

Uma dos segredos do sucesso não apenas na comunicação de rádio, como em qualquer profissão, é a dedicação. Sinval Ferreira lembra que essa característica ele tinha de sobra. “Lembro que nos meus tempos de garoto, nós tínhamos aqui em Santarém um serviço de alto falante, que funcionava na Rua Senador Lameira Bittencourt (centro comercial), um estúdio de propaganda, com alto falante e tudo e eu ia prá lá observar a pessoa falando, e tudo isso me chamava a atenção”, recorda. O garoto, que depois se tornaria um dos ícones da comunicação de rádio na região, “depois de passar o dia todo assistindo aos locutores do serviço de propaganda, chegava em casa para exercitar o sonho. “Pegava funil de alumínio, tirava a ponta e transformava em alto falante e saia gritando pelo quintal até meus pais mandarem parar. Então, desde pequeno tinha essa vontade em ser radialista”, enfatizou o comunicador.

O sonho da profissão virou realidade. “Coincidiu que, quanto eu tinha 16 pra 17 anos de idade, em 1966, já existia em Santarém a Rádio Rural e a Rádio Clube de Santarém. E a família santarena, de origem humilde, geralmente o jovem tinha que trabalhar, eu com 16 anos tive que procurar uma profissão para ajudar aos velhos”, cita o comunicador.

Foi, então, que entrou na vida do garoto ainda inexperiente, o saudoso José Veiga. “Era o comentarista esportivo da Rádio Clube. Ele foi quem o responsável pela minha iniciação no rádio. Iniciei fazendo esporte na Rádio Clube de Santarém, antiga Ponta Negra. Bastou esse pontapé inicial, comecei fazendo outros tipos de programas; passei 10 anos na Rádio Clube e estou há quarenta na Rádio Rural”, cita com orgulho.

SINVAL NA FM: Pela experiência que adquiriu em meio século de atividades na área de comunicação de massa, por certo a modernidade na área radiofônica, como a transformação das rádios AM em FM, prevista para breve, não assusta em nada ao consagrado comunicador. “Nunca me passou pela mente essa possibilidade, mas se for preciso, se a necessidade aparecer, e eu tiver oportunidade, principalmente agora. Pois, antes havia grande diferença entre o apresentador de rádio AM para o de FM, tanto a programação quanto o modo de falar, hoje em dia, não. Eu sempre digo que as rádios FM AMzaram, ou seja a programação de uma rádio FM hoje não tem nada que difere de uma AM, hoje tem mesa redonda, debates, etc”, finaliza o comunicador Sinval Ferreira, há 50 anos, um dos ícones da comunicação na região do Tapajós.

Por: Carlos cruz

Fonte: RG 15/O Impacto

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