Justiça decreta prisão preventiva do vice-presidente do Sindpol Pará

Gibson da Silveira Pontes foi demitido da Polícia Civil
Gibson da Silveira Pontes foi demitido da Polícia Civil

A Justiça decretou a prisão preventiva do ex-investigador de Polícia Civil e vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Pará (Sindpol), Gibson da Silveira Pontes. A ordem judicial foi expedida em decorrência de processo criminal de concussão (extorsão praticada por servidor público) a que o ex-policial civil responde na Comarca de Vigia de Nazaré. Ele está foragido. Gibson Pontes foi demitido da corporação policial, em abril do ano passado, por meio de Decreto publicado no Diário Oficial do Estado, sob número 32.387.

A demissão veio após a conclusão do Processo Administrativo Disciplinar para apurar a prisão ilegal e arbitrária cometida pelo então policial civil contra um cidadão no município de Vigia de Nazaré. A vítima foi mantida em cárcere privado e foi extorquida pelo ex-policial, que exigiu pagamento de valor em dinheiro, caso contrário, a vítima seria presa. Na época, Gibson Pontes tentou negar as acusações sob alegação de que a demissão seria uma forma de boicotar sua atuação como sindicalista. Após a demissão, o ex-policial civil tentou em diversos momentos, retomar o cargo policial na Polícia Civil, mas todas as tentativas foram em vão.

Na primeira tentativa, ele ingressou com Recurso Administrativo na Polícia Civil, mas não conseguiu reverter a decisão da demissão. Então, recorreu à Justiça com Ação Ordinária de Nulidade de Ato, com pedido de Tutela Antecipada, mas não obteve êxito. Por fim, tentou trancar o Inquérito Policial na Comarca de Vigia de Nazaré, sob alegação de suspeição do delegado que presidiu as investigações. Não conseguiu novamente.

Gibson Pontes foi denunciado pelo Ministério Público do Estado, no Processo Criminal de número 0003216-56.2013.814.0063, por crime contra a administração pública previsto no Artigo 316 do Código Penal Brasileiro (Concussão). No curso do processo criminal, o ex-policial civil teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e até o momento está na condição de foragido. Quem tiver qualquer informação sobre o paradeiro de Gibson Pontes deve telefonar para o fone 181, o Disque-Denúncia. A ligação é gratuita e sigilosa.

ILEGALIDADE: Mesmo após ter sido demitido da Polícia Civil, o ex-policial civil Gibson Pontes continuou a exercer o cargo de vice-presidente no Sindicato dos Policiais Civis do Pará (Sindpol), representando a entidade sindical em audiências, reuniões e manifestações de interesse da categoria policial. Ele recebe normalmente salário pago pelo Sindicato, sem ser empregado, o que contraria o Estatuto do próprio órgão sindical, pois os cargos de diretoria não são remunerados. Por ser ficha suja, Gibson também teve seu registro de candidatura a deputado federal cassado, este ano, pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará.

Os fatos ilegais que envolvem Gibson Pontes têm gerado vergonha em meio aos policiais civis sindicalizados, por causa da situação desmoralizante e humilhante a que o Sindicato tem exposto a categoria que luta diariamente no combate ao crime. A decisão da Justiça em mandar prender o ex-investigador é a prova maior de que não existe qualquer perseguição, rivalidade ou qualquer outra forma de revanchismo por parte da administração da Polícia Civil.

Pelo contrário, o Sindicato deve tomar atitudes imediatas, sob pena de cair ainda mais em descrédito diante dos associados e da própria sociedade. Ainda, em meio a tantas ilegalidades, muitos servidores da Polícia Civil questionam: Por que um servidor demitido por crimes gravíssimos, como extorsão e cárcere privado, que responde a processo criminal, e que está foragido da Justiça tem legitimidade para representar uma categoria digna como a dos policiais civis? Quem é responsável em custear o pagamento dos honorários advocatícios do ex-policial? Quem paga o salário dele? Qual o valor?

Fonte: RG 15/O Impacto

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