Médico alerta para doença que pode levar à surdez e morte

Médio otorrino Paulo Eli faz o alerta
Médio otorrino Paulo Eli faz o alerta

O padeiro José Carlos Nunes, de 46 anos, passou os últimos 12 anos da sua vida enfrentando uma grave doença no ouvido. O problema de José – conhecido como otite média crônica colesteatomatosa – causa infecção e inflamação crônicas, podendo, nos casos mais avançados, levar à perda auditiva completa e até a morte. Por conta dessa gravidade, o otorrinolaringologista do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), Paulo Eli, alerta para os casos da doença na região. A única forma de tratamento eficiente se dá por meio de procedimento cirúrgico.

José Carlos conta que iniciou o tratamento pela rede privada, em 2004, mas o problema nunca foi resolvido. Os remédios que tomava e as limpezas que eram feitas no local não surtiram efeito. “Eu tentei pelo particular, porque achei que ia ser mais rápido, mas não consegui. Só foi prolongando a doença. Em novembro de 2015 foi a minha primeira consulta no Regional. O médico disse que eu precisava ser operado”, conta. Pouco tempo depois, em fevereiro deste ano, aconteceu a cirurgia.

Os casos de otite média são comuns no Brasil, atingindo cerca de dois milhões de novos casos por ano. Grande parte desses casos de infecções no ouvido desaparece por conta própria. No entanto, há os casos em que o processo contínuo de destruição do ouvido gera graves consequências, como paralisia facial e abcessos cerebrais. A doença tem como causa uma massa de pele que se forma dentro do ouvido e vai crescendo com o passar do tempo. “Um histórico de supurações recorrentes no ouvido ao longo de muitos meses ou anos, com eventuais sangramentos, dor, zumbido e mau cheiro podem ser indicativos da doença”, explica o médico Paulo Eli.

Hoje, José Carlos está recuperado e não teve mais problema com a infecção. “Graças a Deus eu estou bem. Não doía, mas eu sentia um forte odor que me incomodava bastante. Era muito forte, como se fosse carniça. E ainda ficava um zumbido. Eu usava remédios, mas nunca adiantou”, relembra.

O padeiro ficou feliz com a rapidez com que o problema, que se arrastava por mais de uma década, foi tratado. Em três meses, seu problema foi resolvido. O HRBA tem um programa específico em cirurgia otológica, sendo referência para o Oeste do estado. Todo o tratamento é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem qualquer custo aos usuários.

Por isso, o otorrino do HRBA alerta os profissionais de saúde, que atuam no Oeste do Pará, para que encaminhem os pacientes com suspeitas da doença para o Hospital Regional de Santarém. “Os prováveis portadores devem ser encaminhados sem delongas para esta unidade para a devida confirmação e tratamento. Diante de um diagnóstico dessa natureza, o tratamento cirúrgico é a indicação absoluta”, explica Eli.

HOSPITAL: Gerenciado pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o HRBA é uma unidade pública e gratuita pertencente ao Governo do Estado. O HRBA foi o primeiro hospital público da região Norte do País a obter o certificado máximo de qualidade, a ONA 3 – Acreditado com Excelência, concedido mediante o cumprimento das melhores práticas hospitalares e de qualidade assistencial. No interior do Pará, é a unidade de saúde que menos referencia pacientes para outros centros, ao mesmo tempo em que é o hospital que mais agrega especialidades de alta complexidade.

A unidade foi destaque também na revista Exame, que publicou em seu site, no domingo, 08/05, matéria intitulada “Estes são os 10 hospitais públicos de excelência no Brasil”, em que mostra as unidades de saúde do país que fornecem os melhores atendimentos à população, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Dos quase 3 mil hospitais públicos do país, apenas dez possuem o certificado de excelência concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA).

SEMANA DA ENFERMAGEM: O tema é considerado novo no Brasil. Mais ainda, na Amazônia. Cuidados paliativos envolvem uma série de questões que passam por diversos profissionais que atuam na área de saúde. Em 2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu cuidados paliativos como uma abordagem ou tratamento que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameacem a continuidade da vida. Grosso modo, cuidados paliativos se resumem a proporcionar os melhores momentos possíveis para os pacientes que não vão sobreviver por muito mais tempo. É uma preparação, também, para a família se adaptar à situação.

O assunto é delicado e, por isso, exige que os profissionais de saúde estejam preparados para auxiliar os pacientes a passarem por essas mudanças e encararem a vida – enquanto ela durar – de forma tranquila e aceitável. É importante não tratar apenas os aspectos físicos, mas, também, os psicológicos e espirituais.

Como o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) atende casos graves, de alta e média complexidades, invariavelmente os profissionais se deparam com pacientes em que não há perspectiva de cura para a doença e o tempo de vida estimado não é muito prolongado. Assim, a equipe formada por médicos, en­fermeiros, psicólogos e assistentes sociais devem estar treinados e prontos para tratar com os pacientes e familiares sobre os cuidados paliativos.

Pensando na importância do assunto, o Hospital Regional de Santarém está promovendo a 7ª Semana de Enfermagem do HRBA, com o tema Cuidados paliativos, uma visão multiprofissional na assistência humanizada, durante os dias 12 e 13/05.

A programação iniciou na quinta, às 8h30, no auditório da unidade. Ao todo, serão realizadas quatro palestras sobre a temática, abordando a perspectiva da atuação dos diferentes profissionais. Também haverá momento para que as dúvidas sobre o assunto sejam respondidas.

Fonte: RG 15/O Impacto

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