Coomflona inaugura Ecoloja e recebe selo de certificação FSC 100% Comunitário

Ecoloja de Belterra
Ecoloja de Belterra

Diante de uma vasta programação que aconteceu na sexta-feira, 06 de dezembro, a Cooperativa Mista da Flona Tapajós (Coomflona), em Belterra, Pará, abriu pela primeira vez as portas da Ecoloja Tapajós, local onde serão vendidos produtos confeccionados a partir de galhos e madeira manejada, ambos certificados pelo selo FSC, além de artigos não madeireiros da Floresta Nacional Tapajós. A inauguração também foi uma oportunidade para a Coomflona receber formalmente o seu selo de Certificação FSC 100% comunitário.

Durante a programação aconteceu um Pregão Lote III de Madeira Certificada e também a assinatura de termo de parceria entre a Cooperativa e o Instituto Floresta Tropical (IFT), Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) e Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).

SELO FSC

Além das atividades previstas na programação, a Coomflona recebeu o selo de Certificação FSC 100% comunitário, que foi alcançado após uma série de auditorias que aconteceram entre os dias 02 e 06 de setembro, e analisaram aspectos sociais, ambientais e econômicos relacionados a nove princípios do FSC no padrão Slimf (em inglês, Small and Low Intensity Managed Forests).

As auditorias foram conduzidas pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e envolveram entrevistas e visitas técnicas ao longo do segundo semestre de 2013. A partir das Vistorias Técnicas, o Imaflora também elaborou um relatório que indicava os pontos fortes e as fragilidades da cooperativa para se adequar aos princípios e critérios da certificação FSC.  A partir daí, um Plano de Ação foi elaborado considerando prazos, responsáveis e parcerias necessárias.

Produtos feitos da madeira manejada já estão sendo vendidos
Produtos feitos da madeira manejada já estão sendo vendidos

O Manejo Florestal Comunitário Familiar madeireiro com certificação FSC só existia no Acre e terá grande impacto para o manejo florestal comunitário no Pará, na região amazônica e no mercado de madeiras tropicais, visto que abre as portas para exportação, além de representar um diferencial no mercado e uma aceitação maior do consumidor.

O mercado europeu, por exemplo, instituiu recentemente a política do FLEGT (Forest Law Enforcement, Governance and Trade), que busca o controle da legalidade dos produtos madeireiros importados por aquele continente. O Brasil ainda não é signatário dessa política, contudo os produtos com certificação de reconhecimento internacional, como o FSC, têm maior facilidade de se adequar a ela.

A certificação FSC é um sistema de garantia internacionalmente reconhecido, que identifica, através de sua logomarca, produtos madeireiros e não madeireiros originados do bom manejo florestal, garantindo que a floresta seja manejada de forma responsável e de acordo com os princípios e critérios da certificação FSC.

IEB E A GOVERNANÇA FLORESTAL

O IEB é uma instituição brasileira do terceiro setor dedicada a formar e capacitar pessoas, bem como fortalecer organizações nas áreas de manejo dos recursos naturais, gestão ambiental e territorial e outros temas relacionados à sustentabilidade. Sua atuação acontece em rede, buscando parcerias e promovendo situações de interação e intercâmbio entre organizações da sociedade civil, associações comunitárias, instâncias de governo e do setor privado.

Para o Instituto, a certificação florestal que a Coomflona recebe, é um avanço na implementação de dispositivos que garantam a governança florestal a partir de empreendimentos comunitários. Fortalecendo a gestão e o controle social dessas organizações na implementação do manejo florestal comunitário.

APOIO

Para alcançar o selo, a Cooperativa teve que passar por uma série de processos de adequação e, para isso, contou com o apoio de parceiros como IEB, Forest Stewardship Council (FSC), The Amazon Alternative (TAA), IFT, Ufopa, Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que promoveram oficinas a fim de orientar a Coomflona no caminho rumo à certificação. A cooperativa também recebeu apoio nos custos da certificação, realizando assim, investimentos em vistorias técnicas, cursos, reuniões, ajustes nos processos de manejo e auditorias.

Fonte: RG 15/O Impacto, com fotos de Elias Junior

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *