CPI da chacina tem oito assinaturas na Alepa

Representantes de mais de 115 movimentos sociais fizeram um ato em protesto contra a violência em Belém
Representantes de mais de 115 movimentos sociais fizeram um ato em protesto contra a violência em Belém

Representantes de mais de 115 movimentos sociais fizeram ontem, 11, de manhã um ato em protesto contra a violência em Belém que começou na Boulevard Castilhos França e terminou na sede da Assembleia Legislativa.

Foi entregue uma carta-manifesto pedindo para que o parlamento assuma sua parte ante às investigações, por meio da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito – já proposta por Edmilson Rodrigues (PSol) e desde ontem mesmo assinada por oito parlamentares -, relacionadas às execuções nos bairros da periferia de Belém.

Estas execuções podem ter sido comandadas por milícias integradas também por agentes da própria Segurança Pública, que ganharam notoriedade depois dos onze assassinatos registrados em 5 de novembro último. Dentro da AL, uma comissão foi recebida pelo presidente da casa, Márcio Miranda (DEM). Ele disse que “a casa está atenta aos anseios da sociedade” e que está acompanhando as investigações da polícia, se reunindo inclusive hoje com a cúpula da Segurança Pública para tratar do assunto.

Os manifestantes seguiram pela rua desde 9h atrás de um carro som, e as lideranças se revezavam ao microfone denunciando principalmente a omissão do Governo do Estado diante não só dos últimos assassinatos, mas do caos instaurado na Segurança Pública, especialmente nos bairros periféricos, como Terra Firme, Guamá e Cremação onde os extermínios ditam as regras de conduta dos moradores dessas áreas.

“Eu fui revistado por policiais na noite do dia 4, chegando em casa, eu moro em um desses bairros, e eles me identificaram porque sou de movimento social e deram o recado, nesses termos: não inventa de vir defender bandido hoje, fica na tua casa porque hoje nós vamos fazer ‘a raspa’. Horas depois, foram onze mortos. Foi difícil acordar no outro dia”, relatou um manifestante aos deputados, em reunião na Sala Vip, pedindo para não ter o nome divulgado para evitar retaliações.

POLICIAIS

Enquanto a comissão era recebida pelos parlamentares, a AL fechou seus portões e colocou uma dezena de policiais militares na fachada, impedindo o acesso ao prédio. Os demais manifestantes, bradavam frases pedindo Justiça, ação imediata do Poder Executivo e até mesmo pelo fim da Polícia Militar.

“Temos que ir além de prender quem matou. Se há um grupo atuando à revelia do Estado, se dando o direito de atropelar a ordem constitucional do país, armados, militares ou não, deve ser punido. Não se pode banalizar a violência. Não pode haver grupos paramilitares matando sem critério, inclusive, inocentes. Não existe pena de morte no Brasil”, defendeu Edmilson, que também recebeu a comissão de manifestantes.

Além dele, assinaram a CPI os deputados Edilson Moura (PT), Carlos Bordalo (PT), Airton Faleiro (PT), Waldir Ganzer (PT), Nilma Lima (PMDB), Parsifal Pontes (PMDB) e Antônio Rocha (PMDB) – faltam seis assinaturas para que se alcance o mínimo de 1/5 de representatividade parlamentar para apresentar o pedido de instalação à mesa diretora, e ontem mesmo.

Faleiro adiantou que durante a sessão de hoje, o restante da bancada petista assinará o documento. Miranda não assinou a CPI.

Ele aguarda informações da investigação policial sobre a chacina, que serão fornecidos aos deputados hoje. O líder do governo José Megale (PSDB), adiantou a Edmilson que a base aliada não era contrária à CPI, mas que confiava na apuração policial que vem sendo realizada.

Fonte: Diário do Pará

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