Idoso morre e familiares depredam PSM do Guamá

Familiares foram contidos por policiais
Familiares foram contidos por policiais

Familiares do aposentado Domingos Mescato da Silva, 75 anos, invadiram e depredaram a Unidade de Saúde do Pronto-Socorro do Guamá, após o seu falecimento, na tarde de ontem. No momento em que a equipe de reportagem do DIÁRIO chegou ao local, a situação já havia sido contida por policiais militares, que foram acionados para conter a população, que estava revoltada.

Eles quebraram vidros, derrubaram equipamentos e reviraram cadeiras. De acordo com uma das filhas do aposentado Maria do Socorro, 50, a invasão ocorreu devido a negligência em relação ao atendimento de seu pai que estava desde a última quinta-feira (20), se deslocando ao Pronto-Socorro em busca de atendimento. “Ele estava sofrendo com insuficiência respiratória e dores no estômago. Cada atendimento era um diagnóstico e uma medicação diferente, chegamos a vir três vezes, somente na quinta ao Pronto-Socorro porque eles aplicavam injeção, liberavam, mas depois ele voltava a sentir dor,” relatou

Além da falta de atendimento necessário, o paciente teve que ficar três dias sentado e amarrado em uma cadeira a espera de leito. “Não tiveram respeito pelo meu pai, ele era um homem trabalhador, simplesmente amarraram ele em uma cadeira e o deixaram lá mesmo. Aplicaram nove injeções nele, e ninguém sabia o motivo do procedimento. Antes mesmo de falecer ele ainda pediu para que tirássemos daquela situação, porque dizia que iriam matá-lo. Há dois anos a minha irmã morreu de dengue hemorrágica nesta mesma unidade, eles aplicaram uma dipirona e ela veio a falecer,” disse com revolta Raimundo Lobato

Segundo o cabo da Polícia Militar Herculano, era por volta das 16h quando a viatura foi acionada. “Ao ouvir o barulho da sirene, várias pessoas saíram de dentro da unidade e se dispersaram, era em torno de 50 pessoas, entre familiares e populares,” afirmou
Em meio as cadeiras reviradas na sala de atendimento, foram encontrados pedaços de pedras utilizados pelos manifestantes durante a invasão.

De acordo com uma das enfermeiras , que preferiu não ser identificada, o paciente estava com desgaste respiratório e apresentava-se com um aspecto de que estava doente há muito tempo. “Fizemos todo o procedimento necessário, de acordo com as condições do pronto-socorro. Nós não o amarramos como relatam os familiares, fizemos apenas uma contenção física para que ele não caísse da cadeira.” Relatou. A falta de leito foi uma das justificativas para a permanência do paciente em uma cadeira. “Esta unidade foi feita para atender a população do Guamá, Jurunas e Terra Firme, mas hoje, nós atendemos mais de 20 municípios, ou seja, uma capacidade inversamente proporcional”, afirmou.

O atendimento teve que ser suspenso até a chegada da perícia do Renato Chaves no local. O DIÁRIO tentou contato com a Sesma, mas ninguém atendeu as ligações.

SERVIDORES FAZEM ATO NO HOSPITAL BARROS BARRETO

Completando uma semana de greve no Pará e no resto do país, os servidores de universidades federais em Belém realizaram uma manifestação em frente ao hospital universitário João de Barros Barreto, no bairro do Guamá, em Belém.

Os servidores se posicionaram em frente ao portão de acesso ao hospital, da rua dos Mundurucus, e impediram a entrada de veículos no local das primeiras horas da manhã até às 10h, como forma de protestar contra as condições de trabalho no local.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Universitários Federais no Pará, o hospital passa por um processo de abandono, que afeta não apenas os servidores, mas também o usuário, que não recebe o atendimento necessário.

Eles afirmam que a ala de oncologia está carecendo da falta de investimentos, e ainda pedem a realização de um novo concurso público, a compra de novos equipamentos hospitalares e a destinação de maiores recursos ao hospital.

Após a realização do ato, os trabalhadores realizaram uma assembleia no local para discutir o próximos rumos do movimento.

Com os portões fechados, muitos carros ficaram parados no meio da rua, o que causou um congestionamento no entorno do hospital durante o começo da manhã.

Fonte: DOL com informações de Isaac Senna/Rádio Clube

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