Oito são mortos a tiros em sede de torcida organizada do Corinthians, na Zona Oeste de SP

Fachada da sede da torcida organizada Pavilhão Nove
Fachada da sede da torcida organizada Pavilhão Nove

Oito homens foram mortos a tiros no fim da noite de sábado dentro da sede da torcida organizada Pavilhão 9, do Corinthians, na Zona Oeste de São Paulo. No local, que fica sob a Ponte dos Remédios, na Marginal Tietê, aconteceu uma festa de confraternização com churrasco e campeonato de futebol pouco antes das mortes. Segundo a polícia, o crime não teria sido motivado por briga de torcidas. Uma das vítimas é Fabio Neves Domingos, de 34 anos, que em 2013 passou mais de 100 dias preso em Oruro, na Bolívia, após a morte do menino Kevin Espada, atingido por um sinalizador durante a partida do Corinthians e San Jose, pela Libertadores da América de 2013.
“Pelas declarações das testemunhas nós já temos uma linha de investigação, que não está relacionada a briga de torcidas”, afirmou o delegado Arlindo José Negrão à rádio CBN.
“O pessoal já estava indo embora. Sobraram oito pessoas lá. Chegaram três pessoas armadas, colocaram de joelhos, para deitar, e fizeram os disparos neles”, afirmou o delegado.
Já um outro homem, faxineiro que trabalhava no local, escapou porque as balas teriam acabado.
— Disseram que ele tinha sorte que as balas tinham acabado e que ele ficou vivo para contar tudo — relatou a mãe de uma das vítimas, que preferiu não se identificar.
De acordo com testemunhas, por volta das 23h, três homens armados entraram na sede da torcida organizada, renderam o porteiro e pediram que todos os presentes se deitassem no chão. Segundo testemunhas, o grupo ficou após a festa para pintar uma bandeira que seria levada ao jogo entre Corinthians e Palmeiras, pela seminfinal do campeonato paulista. Logo depois, começaram as execuções. Mesmo ferido, um dos baleados ainda caminhou até um posto de combustíveis na região para pedir ajuda. Ele, no entanto, morreu depois, no Hospital das Clínicas (HC). A diretoria da Pavilhão 9 disse que cerca de 80 pessoas participaram da confraternização.
As demais vítimas são: Ricardo Júnior Leonel do Prado, de 34 anos; André Luiz Santos de Oliveira, de 29; Matheus Fonseca de Oliveira, de 19; Jonathan Fernando Garzillo Massa, de 21 anos; Marco Antônio Corassa júnior, de 19; Mydras Schmidt Rizzo, de 38 anos; e uma oitava ainda não identificada. Depois do episódio na Bolívia, Fabio Neves já havia voltado a se envolver em nova confusão. Em agosto de 2013, ele participou da briga que aconteceu entre torcedores na partida entre Vasco e Corinthians realizada em Brasília.
A chacina é investigada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, que já tem alguns suspeitos, mas cujos nomes não foram revelados para não atrapalhar a apuração do caso. Uma das linhas de investigação, segundo a polícia, está relacionada ao tráfico de drogas. A outra hipótesepara as mortes seria vingança relativa a um homicídio que teria acontecido no município de Osasco, na Grande São Paulo.
Ao longo desta manhã, testemunhas foram ouvidas na sede do DHPP. A polícia já está coletando imagens de câmeras de segurança próximas à sede da torcida organizada para tentar identificar os autores dos assassinatos.
No Twitter oficial do Corinthians, o clube prestou condolências às famílias das vítimas da chacina ao postar um fundo na cor preta com a palavra Luto. A torcida organizada Gaviões da Fiel também lamentou a morte dos torcedores pela rede social:
“Era para ser um domingo de muita alegria, mas não será.As arquibancadas estão em #luto pela perda dos nossos 8 irmãos”, diz a mensagem postada pela torcida.
O ex-presidente do clube, Andrés Sanchez, também prestou condolências ás famílias das vítimas através do Twitter.
“T ransmito meu luto e pêsames solidários para com as famílias das oito vitimas da chacina ocorrida na sede da Torcida Pavilhão Nove”, escreveu.
Como Corinthians e Palmeiras fazem neste domingo, no Itaquerão, Zona leste de São Paulo, uma das semifinais do Campeonato Paulista, a Polícia Militar reforçou o policiamento para evitar confrontos.
Fonte: O Globo

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