Servidora da Receita Federal é sequestrada e morta em Belém

 Deyse Cunha, analista tributária da Receita FederalA perseguição policial que culminou na morte de Deyse Cunha, analista tributária da Receita Federal e irmã do superintendente da Susipe (Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado), começou após o grupo que a sequestrou ter usado o veículo da vítima para assaltar um carro de lanche perto da avenida Pedro Miranda, em Belém. No local, havia um policial à paisana, que acionou as viaturas e perseguiu, de moto, o carro onde estavam os assaltantes e Deyse, na madrugada de quinta (30). A informação foi divulgada na sexta-feira (1º), durante coletiva da Polícia Civil, em Belém.
Até o momento, três suspeitos de envolvimento no assalto foram presos e os policiais militares envolvidos na perseguição foram afastados das funções. Um quarto homem que teria participado do crime já foi identificado, mas continua foragido.
Segundo as investigações, Deyse dirigia seu veículo no bairro da Pedreira quando foi surpreendida por quatro homens armados que invadiram o carro. Algumas viaturas da Polícia Militar perseguiram o carro por alguns bairros da capital até a Terra Firme, quando o veículo parou depois de bater em um poste. Houve troca de tiros. Deyse foi encontrada morta no banco de trás. A análise preliminar os peritos indicou que as balas vieram de trás, da direção das viaturas da PM.
Testemunhas relatam crime
Segundo informações do diretor de Polícia Metropolitana, Cláudio Galeno, a vítima saiu da Alfândega do Aeroporto Internacional de Belém, onde era lotada, e seguiu até a casa de uma conhecida na Cidade Velha. Depois, ela avisou a filha por telefone que iria para casa, mas na esquina da travessa Humaitá com a rua Antônio Everdosa, o carro foi abordado pelos suspeitos armados.
“Nós baseamos essas informações no relato de quatro testemuhas. Ela foi abordada por volta de 23h47 de quarta-feira, e colocaram ela no banco de trás. Um dirigia, o que foi preso por primeiro, outro ficava no banco do carona, enquanto os outros dois seguiam no banco de trás. Eles roubaram objetos de valor da vítima, como cordão, relógio, celular e mais a quantia de R$ 400 que estava na bolsa, mas eles queriam mais dinheiro”, detalhou o delegado.
De acordo com Galeno, os assaltantes começaram a circular com Deyse para fazer saques, e chegaram a ir com ela em três postos de autoatendimento: no aeroporto, na BR-316 e na Almirante Barroso. “Só que, a partir da meia noite, o valor de saque é reduzido, então não conseguiram sacar um valor alto como eles queriam. A ideia era seguir com ela até em casa para roubar objetos, mas ela negociou com eles, dizendo que os pais dela eram idosos, e conseguiu tirar a ideia deles irem até a casa dela”, conta.
Perseguição
Os assaltantes seguiram no veículo em direção à avenida Pedro Miranda, quando decidiram assaltar um carrinho de lanches. Os quatro desceram do carro armados, saquearam os clientes que estavam presentes e entraram no carro para ir embora.
“Uma das pessoas roubadas era um PM de folga. Ele pegou a moto dele e passou a seguir o carro. No caminho, ele avistou uma viatura da PM que estava em ronda e avisou sobre o assalto. A viatura passou a perseguir o carro e acionaram reforços de outras viaturas. Na perseguição, o carro passou pelo Marco, São Brás, e seguiu em direção ao bairro da Terra Firme. Entre os bairros do Canudos e Terra Firme, os ocupantes do carro começaram a atirar em direção da PM, foi quando a PM revidou”, disse Galeno.
O delegado afirmou que, ao chegar na Terra Firme, na passagem onde os assaltantes abandonaram o carro, o condutor perdeu o controle do carro, e acabou colidindo de frente com um poste. Então, os comparsas dele desceram atirando em direção a PM e fugiram. Ao chegar no veículo, os policiais prenderam o condutor e encontraram o corpo de Deyse, já sem vida. O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC) para fazer a perícia e as investigações começaram pela Divisão de Homicídios.
Inquéritos
O suspeito preso foi conduzido para a Seccional da Sacramenta, onde a delegada Ocione Guidão o autuou em flagrante pelo crime de roubo e uso de arma de fogo. O segundo suspeito foi preso dentro de casa na Terra Firme e o outro dentro de um táxi com a namorada quando passavam pela avenida Perimetral. Os dois foram ouvidos e confessaram a participação no assalto.
A Polícia Civil constatou dois inquéritos: o assalto à vítima e ao carrinho de lanche. Foi instaurado um inquérito policial pela Divisão de Homicídios que visa investigar as circunstâncias da morte da funcionária pública federal. O caso é conduzido pelo delegado Marco Antônio Oliveira, que tem até 30 dias para concluir a investigação. A perícia do carro da vítima, a necropsia feita no corpo de Deyse e o exame comparação balística, que vai verificar o tipo de projétil que atingiu a vítima para confirmar de que arma partiu o disparo, vão ajudar nas investigações.
Oito armas foram apreendidas ao todo, dentre elas, a arma utilizada pelo suspeito preso no fim da perseguição e as armas das equipes da PM que perseguiram o carro. Tudo foi encaminhado para a perícia e exames necessários para a conclusão do inquérito. A Polícia Civil afirma que uma informação preliminar aponta que dois tiros atingiram o corpo da vítima.

SUSPEITOS DA MORTE DE SERVIDORA FEDERAL SÃO PRESOS

José Roberto, Tatá e Lepo já estão recolhidos no sistema penitenciário
José Roberto, Tatá e Lepo já estão recolhidos no sistema penitenciário

José Roberto, Tatá e Lepo já estão recolhidos no sistema penitenciário
Os três envolvidos no assalto contra a servidora pública federal Dayse Cunha já estão presos, informou a Polícia Civil, na sexta-feira (1°). Eles permanecem recolhidos no Sistema Penitenciário à disposição da Justiça. José Roberto Costa Mourão, 18 anos, de apelido “Costela”; Pedro Paulo Miranda Santana, 22, de apelido “Tatá”, e Yuri dos Santos Manito, 18, conhecido como “Lepo”, foram presos em flagrante para responder por roubo com uso de arma de fogo. Segundo a polícia, os três já possuem antecedentes criminais. José Roberto e Yuri já foram presos por roubo, e Pedro Paulo por tráfico de drogas.
Pedro Paulo foi preso em casa, na Terra-Firme, no dia 30. Depois, já no início da tarde, foi preso Yuri Manito, no interior de um táxi, ao lado da namorada, em deslocamento na avenida Perimetral. Em depoimento, os presos confessaram o crime e confirmaram terem efetuado disparos em direção aos carros da PM.
Fonte: G1, DOL e Polícia Civil

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