Ação do presidente da Câmara encerra CPI que investigava grandes empresas

O novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deu uma decisão nesta sexta-feira (15) que praticamente encerra a CPI do Carf, impedindo que ouça novos empresários investigados sob suspeita de corrupção na Operação Zelotes. As informações são do Jornal Folha de São Paulo.

Órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, o Carf é responsável por julgar autuações aplicadas pela Receita Federal aos contribuintes. Dentre os investigados estão grandes doadores de campanha.

Maia revogou uma determinação do seu antecessor, Waldir Maranhão (PP-MA), de prorrogar por 60 dias a CPI. A prorrogação havia sido feita a pedido da comissão, que solicitava mais tempo para ouvir os investigados.

Em vez desses 60 dias, o novo presidente estabeleceu um prazo de 26 dias “exclusivamente para discussão e votação do relatório final”, o que significa que ninguém mais pode ser convocado para prestar depoimento.

Dentre os requerimentos de convocação já aprovados estavam, por exemplo, do empresário Joseph Safra, do grupo Safra, e da ex-ministra Erenice Guerra. Ambos são investigados na Zelotes, mas negam envolvimento com irregularidades no Carf.

Travada desde o início por blindagem do governo e da oposição, a CPI aprovou poucas convocações de personagens importantes e praticamente não ouviu nenhum deles. Ainda estavam na pauta requerimentos como de convocação de André Gerdau, também investigado na Zelotes.

A assessoria de Rodrigo Maia afirmou que ele decidiu restabelecer uma decisão tomada pelo plenário da Cãmara, de prorrogação apenas por 30 dias, e que Waldir Maranhão havia passado por cima dessa decisão do plenário ao determinar os 60 dias.

Integrantes da CPI protestaram contra a mudança. “Rodrigo Maia já deixa sua marca de blindador das grandes empresas ao cancelar a prorrogação da CPI do Carf”, afirmou Ivan Valente, líder do PSOL.

(Com informações da Jornal Folha de São Paulo)

 

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