Quase metade do preço do material escolar é imposto

O Bom Dia Brasil fez as contas: quase a metade do valor do material escolar é imposto. O item com a carga tributária mais alta é a caneta.

O começo de ano é sempre pesado. E aquela longa lista enviada pelas escolas é apenas parte disso.

“Em janeiro você tem carro, imposto de carro, material escolar, tem tudo. Se o governo quer um povo mais inteligente podia ter mais incentivo aqui, né, não em carro, né?”, diz o comerciante Rogério Baltazar Gomes.

Rogério se refere aos impostos embutidos neste tipo de compra. Ficou espantado. “Quarenta e… nossa! É. Está cada dia mais difícil, né?”, disse o comerciante, ao ver o imposto embutido no preço da caneta.

Um levantamento feito em São Paulo pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário e divulgado pela Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares revela cargas tributárias nos preços da maioria desses materiais a partir de 35%.

Lápis e cadernos estão nessa faixa: 35%. Na borracha, os impostos chegam a 43%. E na caneta, 47,5%. Só nos livros, o percentual é bem menor: 15% – porque pela Constituição eles têm imunidade tributária.

“Tem tantos impostos que a gente já paga, agora para material escolar, né, eu acho que poderia pegar mais leve. Mais razoável, né, poderia não existir”, diz a securitária Luciana Maria Santana.

Nem tanto, diz o professor de economia Carlos Eduardo Stempniewski. Impostos são necessários. Mas, neste caso, estão muito altos mesmo, ele diz. E sugere.

“A média dá em torno de 43%, se você considerar todos os produtos, né. Se você tiver uma média, por exemplo, de 23% já é bem mais razoável”, avalia o professor.

Segundo o professor, o imposto mais pesado é o ICMS, estadual, às vezes cobrado mais de uma vez, conforme a circulação do produto. A seguir vêm os encargos trabalhistas, federais, como PIS e Cofins.

Fonte: Bom Dia Brasil e Mauro Negrini