Projeto de extensão planeja promoção da saúde da mulher

Professora Soraia Lameirão, da Ufopa
Professora Soraia Lameirão, da Ufopa

Em Santarém, Oeste do Pará, o tratamento de câncer no Hospital Regional do Baixo Amazonas tem aumentado vertiginosamente. Para se ter uma ideia, enquanto no ano de 2011 foram realizadas 2,7 mil sessões de quimioterapia, em 2015 esse número subiu para 7,9 mil sessões. O câncer de colo de útero, o de mama e o de próstata são os de maior incidência desta triste estatística.

Uma forma de mudar essa realidade é a prevenção e promoção da saúde. No entanto, a falta de programas que incentivem a promoção da saúde da mulher é um fato. Foi pensando nisso que o Programa de Saúde e Qualidade de Vida na Amazônia da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) resolveu, este ano, criar um projeto de extensão voltado à promoção da Saúde da Mulher na região de Santarém.

O projeto tem parceria da organização não governamental Beija-Flor, que atende mulheres em situação de vulnerabilidade. De acordo com coordenadora do projeto, Soraia Lameirão, foi identificado que há poucos projetos voltados à saúde da mulher na região de Santarém. “E de acordo com informações do Hospital Regional, existe uma grande incidência tanto de câncer de colo uterino quanto de câncer de mama; então, foi com base nisso que surgiu a ideia de fazermos ações extensionistas com o intuito de sensibilizar essas mulheres da importância delas buscarem o atendimento médico precoce, prevenindo o aparecimento dessas doenças”, explica a coordenadora.

Saúde da mulher em comunidades tradicionais

Inicialmente, a proposta era sensibilizar as mulheres da região de Santarém, que já são atendidas pela ONG Beija-Flor. “Porém, a ONG começou a estimular o direcionamento do projeto para comunidades tradicionais amazônicas, como as comunidades de várzea e quilombolas”. A necessidade dessas localidades, onde não há postos de saúde ou incentivos de prevenção de doenças, é ainda maior, argumenta a coordenadora. “Diante disso, escolhemos a comunidade de Santana do Tapará. Em seguida, estendemos a proposta da ação para uma comunidade quilombola, a comunidade de Murumuru, para realizarmos as ações de extensão e pesquisa do projeto”.

A questão da saúde da mulher também contempla a saúde psicológica, já que a vulnerabilidade social expõe as mulheres a um tipo de violência silenciosa, que acaba por destruir a autoestima delas, deixando-as mais suscetíveis ao aparecimento de doenças, e por causa disso o projeto deverá realizar oficinas e ações educativas. “Fazer a promoção da saúde psicológica da mulher também é importante na prevenção de aparecimento de doenças”, disse.

Atualmente, o projeto encontra-se em fase de submissão ao Comitê de ética da Uepa. Após a aprovação, o projeto deverá iniciar as oficinas e ações educativas.

Fonte: RG 15/O Impacto e Talita Baena/Ufopa

 

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