Sete municípios têm ações contra Tuberculose

Tuberculose

Apesar dos índices que apontam o Pará como o terceiro Estado com maior número de casos de tuberculose do Brasil, a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) encara como positivo o número de notificações. “A tuberculose é uma doença transmitida pelo ar. Por isso, quanto mais se descobrem os casos, melhor. É uma doença de notificação obrigatória, a Sespa tem ficado atenta a municípios que não estão notificando. É impossível um município não apresentar nenhum caso”, afirma Lúcia Monteiro, coordenadora do Programa Estadual de Tuberculose.

Na edição do último domingo, o DIÁRIO mostrou uma situação preocupante. Metade dos casos da doença registrados em toda a região Norte concentra-se apenas em território paraense. Ontem, a Sespa confirmou os números. Segundo a coordenadora do Programa de Tuberculose, em 2010 foram 3.550 confirmações da doença, com taxa de abandono de tratamento estimada em 8,3% do total. E em 2011 a doença avançou. Ao todo, diz ela, foram notificados 3.752 casos, com taxa de desistência do tratamento avaliada em 4,5%, número que, no entanto, pode aumentar. “A estatística de 2011 ainda não fechou. Como o tratamento dura seis meses, ainda temos pacientes se tratando. Até agora estamos na meta estabelecida pelo Brasil, que é de até 5% de abandono”, informou Lúcia Monteiro.

De acordo com a representante da Sespa, o Ministério da Saúde elegeu sete municípios paraenses como áreas de atenção prioritária: Belém (2ª capital com maior número de registros da doença), Ananindeua, Marituba, Abaetetuba, Castanhal, Bragança e Santarém. A distinção, conta Lúcia, leva em consideração o número de habitantes e a taxa de incidência da doença. “São municípios com mais de 100 mil habitantes e taxa de incidência superior a 80% da média nacional”. Além desses locais, Marabá, Redenção, Paragominas, Itaituba, Breves, Tucuruí e Altamira recebem atenção especial do governo.

Para a pneumologista pediátrica Natália Silveira, o alto índice de tuberculose registrado na região tem ligação direta com as condições sociais em que vive a população. Embora a doença seja infecto-contagiosa, podendo, portanto, acometer indivíduos de classe social mais elevada, a incidência maior ainda prevalece em pessoas de baixa renda, com imunidade comprometida. “Essa não é uma doença apenas de classes pobres, mas em nossa região ainda é comum encontramos situações de aglomerados, com 20 pessoas dividindo um mesmo cômodo. Isso favorece a transmissão”, argumenta a especialista.

A médica também faz um alerta para o diagnóstico em crianças. “Em geral, o quadro em criança é assintomático. Na avaliação, o médico se baseia no quadro clínico, radiológico e epidemiológico da criança, já que a basiloscopia, que é a coleta do escarro e a principal forma de diagnóstico da doença, é mais complicada nessa fase. É muito importante procurar o médico rapidamente em caso de tosse por mais de três semanas. Infelizmente, ainda vemos os pais demorarem muito a buscar ajuda”, avalia a médica.

Fonte: Diário do Pará

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