Tabajara: “Residencial Salvação é o retrato do descaso do governo”

Advogado Hiroito Tabajara faz a denúncia
Advogado Hiroito Tabajara faz a denúncia

Indignado com o descaso enfrentado pelos moradores do Residencial Salvação, do Programa Minha Casa Minha Vida, localizado na avenida Fernando Guilhon, o advogado Hiroito Tabajara Lacerda de Castro denunciou à nossa equipe de reportagem, o que ele chamou de “falta de sensibilidade e falta de vontade política do prefeito Alexandre Von com os moradores do residencial”.

“A situação do Residencial Salvação é deplorável. Quando chove, a fossa enche de água e transborda. As pessoas praticamente não conseguem dormir com a fedentina. Quando dá uma chuva grande naquela rua principal, a via torna-se um riacho, e a água da enxurrada acaba inundando as casas. As residências ficam alagadas, tanto da água que vem da rua, quanto da que vem de dentro da encanação da casa. A água do cano jorra para cima, igual chafariz”, diz Tabajara.

Outro fato que revolta a população, segundo o advogado, é a questão da falta de equipamentos públicos para prestação de serviços básicos, como assistência a saúde, educação e social.

“A questão do Posto de Saúde que não tem, as pessoas estão reclamando. A questão da educação, além de não ter escola dentro do residencial, as escolas adjacentes não foram preparadas para receber os alunos. Muitas mães estão com dificuldades para colocar seus filhos para estudar. Tem ainda a questão do transporte escolar e do transporte coletivo. Em todo o residencial existem apenas duas paradas de ônibus, e sem cobertura para abrigar as pessoas do sol e da chuva, as pessoas estão largadas ao relento”, denuncia.

De acordo com Tabajara, após uma reunião que participou juntamente com os moradores do Residencial, ficaram elencadas as principais demandas, que deverão ser objeto de trabalho da futura associação de moradores. “Então, a população de lá esta se organizando. Acredito que dentro em breve estará sendo constituída uma associação dos moradores, para reivindicar mais organizadamente suas demandas. Realmente o que a gente pode perceber, foi um descaso do poder público, um descaso da Prefeitura com aquelas pessoas. Não é justo, não é aceitável, que a Prefeitura diga que aquilo é um projeto do governo federal. A Prefeitura sabia que 3.081 famílias iriam habitar as casas. Que precisariam de saúde, educação e assistência social. E agora diz que não sabia. A gente fica realmente muito perplexo com a perversidade que fizeram com essas pessoas. Os moradores que estão lá tem o sonho da casa própria, mas, enfrentam todas essas dificuldades”, afirma o operador do direito.

Tabajara comenta algumas situações, como a que ouviu de um morador, que disse que as obras não foram feitas devido o residencial ainda não ser um bairro. ”Ouviu até pessoas dizendo que lá não era bairro e por isso não foi feito nada. Ora, isso é papo furado. Então, quer dizer que não poderiam construir as casas, seria isso? Porque não era bairro! Ninguém poderia mudar? As pessoas não receberam o ‘habite-se’ para habitar nas casas! Então, se presume que o poder público sabia sim. O senhor Prefeito não foi lá inaugurar a obra junto com a Presidente afastada?”, indagou Tabajara.

Para o advogado, o fato de não ter infraestrutura de serviços públicos é inaceitável, uma vez que o governo atual teve mais de três anos para implantar os serviços.

“É uma vergonha essa situação imposta pela Prefeitura. Acredito que ainda vai ter muito problema. Pessoas me disseram que tem paredes rachando. Os moradores que residem no Salvação, precisam de um olhar mais atento da sociedade, da Prefeitura, do governo do Estado. Faltou amor, amor pelo povo. Faltou sensibilidade do prefeito Alexandre Von, de saber que ali, pessoas iriam morar. Faltou ele se colocar no lugar daquelas pessoas. Se eu fosse morar ali, eu não ia querer um ponto de ônibus perto da minha casa? eu não ia querer um filho meu estudando em uma escola próxima? Então, faltou isso, faltou amor, faltou acima de tudo vontade política do Prefeito, para que ele olhasse com mais carinho para aquelas pessoas. Também faltou amor e carinho por parte de alguns vereadores, que poderiam também, terem atuado, para que a situação não ficasse desse jeito. Hoje é fácil ir lá. Porém, foram mais de três anos que as obras aconteciam, e nada foi feito”, indigna-se Hiroito.

AUDIÊNCIA PÚBLICA NO CORTA CORDA: O advogado também falou de recente evento, onde comunitários da região da hidrelétrica de Curuá-Una reuniram-se para debater e encaminhar demandas. Na Audiência Pública, as principais reivindicações são a construção de uma ponte sobre o rio Curuá-Una e melhoria das condições de trafegabilidade da Rod. PA 370.

“Na audiência pública estava presente o representante da Secretaria de Estado de Transporte, que disse que a empresa já foi contratada para realizar os serviços na PA. No caso da ponte, o deputado estadual Eraldo Pimenta já está em negociação com uma comissão formada, a pedido da audiência pública, com a Eletronorte, para tentar viabilizar a construção desta ponte. Por outro lado, também houve boas notícias na questão do programa Luz Para Todos. Na comunidade de Cícero Mendes já vai ser instalado e inauguradas as obras do programa. O representante do Programa também disse que vai buscar estender para outras comunidades, porque não é justo, não é aceitável, que as comunidades, praticamente dentro da hidrelétrica, como é o caso da comunidade São Pedro, não ter energia elétrica. Então, esta é uma das demandas”, informou.

Hiroito Tabajara questionou a falta de participação na Audiência Pública, dos representantes da prefeitura de Santarém e de Mojuí dos Campos, principalmente do representante do Incra/Santarém.

“Quanto ao assentamento Corta Corda é necessário que o Incra faça o georreferenciamento do polígono do assentamento, definindo exatamente aonde é o assentamento, e com isso evitar conflitos que são iminente lá. Agricultores são constantemente ameaçados de morte, porque grandes fazendeiros dizem que as áreas são deles. Infelizmente, pelo processo de instabilidade que o País está passando, quem sofre são os pequenos agricultores”, concluiu.

Por: Edmundo Baía Junior

Fonte: RG 15/O Impacto

3 comentários em “Tabajara: “Residencial Salvação é o retrato do descaso do governo”

  • 27 de junho de 2016 em 22:40
    Permalink

    Vamos! Tabajara prefeito já! Santarém com respeito!

    Resposta
  • 27 de junho de 2016 em 00:04
    Permalink

    MUITA SACANAGEM O QUE FIZERAM COM AS PESSOAS, DEIXARAM ELAS ABANDONADAS COM AS CASAS NOVAS E PRATICAMENTE CAINDO EM SUAS CABEÇAS

    Resposta
  • 25 de junho de 2016 em 14:13
    Permalink

    É uma vergonha, como pode deixar construir um residencial dentro de um buraco? Quem fez esse projeto, seu diploma deveria ser rasgado, é gritante que isso não iria dar certo, evidente que rolou muita propina nessas contruções vamos ver a qualidade do material empregado nessas casas, daquir uns dias vão começar a dar problemas de rachaduras, se já não estiverem acontecendo. Agora pra resolver esses problemas de drenagem, vai ser gasto outra quantia enorme de dinheiro, tem que acionar o construtora que fez as casas pra solucionar o problema. Fica aqui minha indiginação.

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *