UFOPA aprova criação do Instituto de Saúde Coletiva

Seixas Lourenço e Alexandre Padilha
Seixas Lourenço e Alexandre Padilha

O Conselho Universitário da UFOPA, em reunião extraordinária ocorrida na última sexta-feira, dia 8, aprovou por unanimidade a criação do Instituto de Saúde Coletiva (ISCO). O instituto será a sétima unidade acadêmica da UFOPA e ofertará inicialmente, além do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde Coletiva (BISCO), os bacharelados em Farmácia, já existente, em Medicina e em Nutrição. Com a criação do ISCO, a UFOPA mais uma vez se destaca como agente estratégico na consolidação de políticas públicas para a melhoria da qualidade de vida na região por meio da oferta de ensino superior no interior da Amazônia.

A criação do novo instituto é resultado de esforço e também de grande estímulo, tanto da Secretaria de Educação Superior (SESu) quanto da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) ambas subordinadas ao Ministério da Educação (MEC). “Conhecendo a nossa estrutura acadêmica, as secretarias sugeriram, em virtude do lançamento do Programa Mais Médicos, que a UFOPA aproveitasse a oportunidade e se inserisse de forma efetiva na região, criando algo voltado para a saúde coletiva. Aceitamos o desafio no ato e desde então começamos os trabalhos para a criação do instituto”, disse o reitor da UFOPA, Prof. Dr. José Seixas Lourenço.

Foi nesse sentido que se elaborou um levantamento minucioso dos recursos humanos e da estrutura física, com a colaboração da PROEN, de representantes do Programa de Farmácia do IBEF, do CFI, do ICED e da sociedade civil. Durante a reunião do Consun, um breve relato deste estudo foi apresentado pela Prof. Dra. Dóris Santos de Faria aos membros do conselho: “Com relação aos docentes da UFOPA, no curso de Farmácia computamos 14 profissionais, cinco professores, sendo um médico que já atua no curso, e mais 9 vagas previstas para concurso público. No curso de Biologia, 20 profissionais atuarão na formação básica no curso de Saúde Coletiva. Externos à instituição, sondamos 15 profissionais que podem atuar na formação como preceptores; são médicos e também o pessoal existente nas instituições de ensino superior em Santarém, que podem atuar como parceiras”, disse. Como a proposta já havia sido aprovada na Câmara Acadêmica, que seguiu o voto do relator, Prof. Dr. José Aquino, a criação do ISCO foi aprovada por unanimidade pelo Consun.

Unidades de Saúde

Ainda de acordo com o estudo, a estrutura física de suporte para as ações de ensino e extensão do Instituto de Saúde Coletiva da UFOPA seria complementada pelo Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém; Hospital 9 de Julho, em Juruti; e centros comunitários dos municípios de Aveiro e Belterra; além do Navio-Hospital Abaré I, que já atende três localidades.

A previsão de oferta de vagas para o novo instituto é para o segundo semestre de 2014, pois de acordo com o pró-reitor de Ensino de Graduação, Prof. José Aquino, relator do processo que normatizou o ISCO, o próximo passo é a construção da proposta pedagógica dos cursos.

Percurso acadêmico

O Bacharelado Interdisciplinar em Saúde Coletiva da UFOPA terá 2.800 horas ofertadas em 3 anos. Dessas 2.800 horas, 400 serão de estágio em postos de saúde e hospitais.

Na educação continuada, o instituto ofertará também especializações com 400 a 800 horas a mais. No percurso clássico de graduação profissional, o ISCO ofertará os cursos de Medicina, Farmácia e Nutrição, além de pós-graduação em cursos de especialização, mestrados e doutorados profissionais e acadêmicos.

Navio-Hospital Abaré I

Outra questão favorável para a criação do instituto e também para a saúde pública de municípios da região Oeste do Pará é a futura gestão do Navio-Hospital Abaré I, embarcação em processo de aquisição pelo Ministério da Saúde, para repasse à universidade, através da Diretoria de Ações Básicas (DAB). Na última semana a UFOPA deu mais uma passo neste sentido, com a notícia de que a instituição será habilitada pelo Ministério da Saúde para ser cadastrada na Divisão de Convênios e Gestão (DICON).

É por meio desse cadastro que a UFOPA fará convênios com o Ministério da Saúde para a gestão dos serviços de saúde oferecidos pelo Navio-Hospital Abaré I. Entre os programas previstos estão o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (PROVAB), o Programa Saúde da Família, o Mais Médicos para o Brasil, o Residência em Saúde (Pró-Residência), Telessaúde, entre outros, todos voltados para a melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS).

A UFOPA firmará também convênios com outras universidades para uso do Abaré I em atividades de ensino, pesquisa e extensão e com prefeituras municipais para ações básicas de saúde em áreas ribeirinhas da região Oeste do Pará.

De acordo com o reitor Seixas Lourenço, o Bacharelado Interdisciplinar em Saúde Coletiva estará voltado para a questão da atenção básica em saúde, focando na formação de profissionais que entendam o sistema único de saúde (SUS). “A grande discussão hoje na corporação médica é em função do perfil de profissional que está se formando, pois há uma grande dificuldade de atender regiões como a nossa. Acredito que daremos uma contribuição substantiva neste sentido. Inclusive, no âmbito da Farmácia, já temos um projeto em fase de implantação com o apoio da Anvisa, que por meio de uma unidade para a produção de fitoterápicos, sob a coordenação da Profa. Dra. Rosa Mourão, fornecerá cápsulas de fitoterápicos para o SUS em Santarém”, ressaltou o reitor.

Sebastião Tapajós torna-se Doutor Honoris Causa da UFOPA 

Sebastião Tapajós recebe título das mãos do reitor Seixas Lourenço
Sebastião Tapajós recebe título das mãos do reitor Seixas Lourenço

Ocorreu na segunda-feira, 11 de novembro, a cerimônia de outorga das insígnias de Doutor Honoris Causa ao músico santareno Sebastião Tapajós Pena Macião, concedidas pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). A solenidade foi promovida pelo Conselho Universitário Pro Tempore da UFOPA.

Maior honraria existente no meio acadêmico, o título de Doutor Honoris Causa é atribuído a pessoas que se tenham distinguido pela relevante atuação em favor das ciências, das artes, da cultura, das letras, das causas humanitárias, entre outros campos, contribuindo para o progresso da comunidade acadêmica e/ou da sociedade em geral. Pela primeira vez, uma instituição de ensino superior com sede em Santarém concedeu o título a um nativo em sua própria terra.

O violonista e compositor foi levado ao palco do Auditório do Campus Tapajós pela Comissão de Honra do Conselho, formada por dois estudantes (Edvaldo Pereira e Gabriel Alves), dois professores (Thiago Vieira e Solange Ximenes) e dois servidores técnico-administrativos da Universidade (Romero Carrilho e Joelden Rocha). A cerimônia foi aberta pelo presidente da Assembleia Universitária e reitor da UFOPA, Prof. Dr. José Seixas Lourenço, que também realizou a entrega das insígnias ao homenageado.

“A universidade se engrandece com a concessão desse título a uma das pessoas mais extraordinárias do Baixo Amazonas, um músico conhecido nacional e internacionalmente, e talvez se sinta até mais homenageada que o próprio Sebastião Tapajós que, na realidade, já um doutor da música. Essa homenagem mostra a sintonia, a sensibilidade da academia com o mundo da arte”, declarou o reitor.

Sebastião Tapajós, que também é Doutor Honoris Causa pela Universidade do Estado do Pará (UEPA), fez um discurso de agradecimento, demonstrando seu apreço por Santarém e pela música, pelo qual foi aplaudido de pé. “Aqui, apaixonei-me perdidamente pela música, expoente maior da minha caminhada e amiga inseparável de toda a minha vida”, disse o músico. Com uma sólida carreira internacional e mais de 50 álbuns individuais lançados, declarou, ainda: “Minha grande felicidade foi mostrar, por onde passei, que a poesia do meu violão tem suas raízes neste pequeno paraíso encravado no Oeste do Pará”.

Ao final, Sebastião Tapajós realizou uma apresentação musical ao público presente na solenidade, executando algumas de suas composições mais conhecidas, entre elas “Três Violeiros”.

Sobre o homenageado:

Natural de Santarém, Sebastião Tapajós começou a estudar violão ainda criança, tendo seu pai como professor. Em 1964, partiu para Portugal, após ganhar uma bolsa de estudos no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, e, depois, para a Espanha, após convite para estudar no Instituto de Cultura Hispânica de Madri. Retornando ao Brasil, foi nomeado professor de violão do Conservatório Carlos Gomes, em Belém, onde lecionou até 1967. No mesmo ano, mudou-se para o Rio de Janeiro (RJ), onde gravou seus primeiros álbuns solos. A partir daí, deslanchou sua carreira internacional, ganhando destaque, principalmente, junto ao público europeu, mas também em outros continentes. Em 1998, seu nome artístico “Tapajós” foi agregado ao seu nome oficialmente, com registro cartorial. Hoje, aos 70 anos, Sebastião Tapajós vive em Santarém, sua cidade natal.

Sobre o título – Sebastião Tapajós foi a segunda personalidade a receber as insígnias de Doutor Honoris Causa por parte da UFOPA. Em 2012, a Universidade concedeu a honraria ao presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães.

Reitor da UFOPA recebe prêmio de Personalidade Amazônica em Boa Vista (RR)

Ocorrerá no próximo dia 22 a sessão solene de outorga dos Prêmios Professor Samuel Benchimol e Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente 2013, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (FIER), em Boa Vista (RR). O reitor da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Prof. Dr. José Seixas Lourenço, será o principal homenageado, tendo sido escolhido na categoria Personalidade Amazônica.

As premiações anuais foram instituídas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e Banco da Amazônia, com apoio da Confederação Nacional da Indústria e do Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa.

O Prêmio Samuel Benchimol reconhece e homenageia projetos inovadores nas categorias ambiental, econômico-tecnológica e social, bem como pessoas (empresários, executivos, acadêmicos, gestores de políticas públicas etc.) que contribuem para o desenvolvimento sustentável da região – categoria Personalidade Amazônica. Já o Prêmio Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente identifica projetos com abordagem integrada e iniciativas de suporte ao desenvolvimento regional, com o objetivo de estimular iniciativas inovadoras nos campos econômico e educacional. Na edição 2011, o Centro de Formação Interdisciplinar (CFI) da UFOPA foi premiado com o 1º lugar na categoria Suporte ao Desenvolvimento Regional.

A indicação do reitor da UFOPA para concorrer à categoria partiu da Federação das Indústrias do Pará (FIEPA) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA). O julgamento dos prêmios ocorreu no último dia 17 de outubro em Boa Vista (RR) pela Comissão Julgadora, que é composta por representantes das entidades promotoras e apoiadoras dos prêmios dos diversos estados da Amazônia Legal, um representante da família de Samuel Benchimol e membros de livre escolha do presidente-executivo e da presidência do Banco da Amazônia, selecionados a cada ano. As categorias são julgadas por subcomissões temáticas, com exceção da Personalidade Amazônia e da Empresa da Amazônia, decididas pelo plenário da comissão.

Sobre o homenageado

José Seixas Lourenço tem graduação em Física pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP), mestrado e doutorado em Geofísica pela Universidade de Berkeley, Califórnia (EUA). Iniciou sua carreira de gestor como diretor do Centro de Ciências Geofísicas e Geológicas da Universidade Federal do Pará (UFPA), de 1973 a 1981. Foi reitor da UFPA no período de 1985 a 1989, tendo criado o programa de interiorização daquela universidade.

Exerceu cargos de gestão em importantes instituições de ensino e pesquisa da Amazônia, dentre as quais o Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG (diretor de 1982 a 1985), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA (diretor de 1992 a 1999) e Associação de Universidades Amazônicas (Unamaz) – que congrega cerca de 50 instituições de ensino, pesquisa e extensão dos países membros do Tratado de Cooperação Amazônica –, da qual é cofundador e foi presidente (1987 a 1997).

Seixas Lourenço foi, ainda, presidente da Companhia de Mineração do Pará – Paraminérios (1989 a 1991), secretário de Coordenação dos Assuntos de Amazônia Legal do Ministério do Meio Ambiente (MMA), secretário executivo do Conselho Nacional da Amazônia Legal (Conamaz), assessor especial do Ministério da Ciência e Tecnologia para Assuntos de Regionalização das Ações de C&T e presidente da Sociedade Brasileira de Geofísica (1978 a 1983), além de ter participado de dezenas de conselhos e comissões. Muito do que se tem hoje nas instituições produtoras de Ciência, Tecnologia e Inovação atuando na Amazônia é fruto de sua contribuição.

Atuação na UFOPA

José Seixas Lourenço presidiu a Comissão de Implantação da Universidade Federal do Oeste do Pará e, desde 2009, é reitor pro tempore da instituição, que surgiu para ser a primeira universidade federal com sede no interior da Amazônia, com atuação nos municípios de Santarém (sede), Alenquer, Itaituba, Juruti, Monte Alegre, Óbidos e Oriximiná. Em 4 anos, completados no último dia 5, a Universidade propiciou o acesso a quase 5.000 alunos em seus programas regulares, com previsão de entrada de outros 1.200 jovens em 2014; e está proporcionando a qualificação de 3.500 alunos-professores através do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR). A Universidade já dispõe de 10 cursos de especialização latu sensu, 5 mestrados e 2 doutorados.

Nesse período, a UFOPA ampliou suas instalações físicas, incluindo um prédio de salas especiais no Câmpus Tapajós e outro de 4 andares no Câmpus Rondon, e deu início ao processo de construção do Restaurante Universitário (RU), que possibilitará o atendimento de aproximadamente 6 mil usuários por dia. Destacam-se, ainda, a implantação do Parque de Ciência e Tecnologia do Tapajós, em parceria com o Governo do Estado e apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), e a proposta entregue ao Ministério da Educação (MEC) de criação do Instituto de Saúde Coletiva.

A atuação de Seixas Lourenço tem sido marcada pelo compromisso com a sociedade, criação de projetos inovadores, defesa dos interesses regionais e ampliação de oportunidades educacionais e acesso de jovens à carreira científica.

Prêmios e distinções:

Entre as homenagens e distinções recebidas pelo professor, estão:

Ordem do Mérito Grão-Pará, no grau de Grande Oficial, concedida pelo Governo do Estado do Pará (1987);

– Títulos Honoríficos de Cidadão de Castanhal (1987), Soure (88), Altamira (89), Santarém (90) e Marabá (91);

– Título de Professor Honoris Causa da Universidade Federal do Maranhão – UFMA (1987);

Prêmio Anísio Teixeira, conferido pela Capes/MEC, em reconhecimento à excepcional contribuição ao desenvolvimento das instituições educacionais e científicas no Brasil através do magistério, da pesquisa e da liderança institucional, entregue pelo Presidente da República (1991);

Medalha da Ordem Nacional do Mérito Educativo, conferida pelo Presidente da República (1993);

Cientista do Ano no Oscar Visão Amazônica, conferido pelo Sistema de Comunicação Visão Amazônica e pelo Sindicato dos Jornalistas do Amazonas (1994);

Fellow of the Institute Institute of Brazilian Business and Public Management Issues of the George Washington University, School of Business and Public Management (1998).

– 16.11.2004 – Diploma de Honra ao Mérito pela notável contribuição ao conhecimento das plantas medicinais do Brasil, por ocasião do XVIII Simpósio de Plantas Medicinais.

– 16.12.2010 – Outorga pela Associação Panamazônia da Medalha Grandes Amazônidas, em reconhecimento pela valiosa contribuição à difusão e ao fortalecimento do movimento panamazonista.

– 9.11.2011 – Outorga pelo Quality TV & Jornais do Prêmio Imprensa e Prêmio Quality.

Para conferir a lista de agraciados dos prêmios Samuel Benchimol em 2013, acesse: www.amazonia.mdic.gov.br.

Fonte: RG 15/O Impacto e Ascom/Ufopa

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