Padre morre após supostas complicações com H1N1

Padre João Derickx (Padre Joãozinho)
Padre João Derickx (Padre Joãozinho)

O padre João Derickx, ou Padre Joãozinho, como era mais conhecido, da Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz, no bairro do Bengui, em Belém faleceu por volta de 5h da manhã de domingo (16), com suspeita do vírus H1N1. O padre estava internado desde a última quinta-feira (13) em um hospital particular, localizado a avenida Almirante Barroso, no bairro do Marco, em Belém.

De acordo com informações de uma amiga de Joãozinho, Aldalice Otterloo, os médicos estão com suspeita que a morte tenha sido em decorrência do vírus H1N1. “Os próprios médicos que nos alertaram que a mote pode ter sido pelo H1N1, tanto que pediram o exame. Pelos sintomas tudo indica que foi, já que tudo evoluiu muito rápido, o pulmão estava completamente infeccionado e ele não teve febre, entre outros”.

Aldalice completa afirmando que a perda será muito grande para toda a comunidade paraense. “Ele já trabalhou em vários bairros, e nos últimos 17 anos trabalhava no bairro do Benguí. Lá ele conseguiu reformar escola, quadra de esporte, igreja. Ele fez muito bem para a comunidade”, afirma.

A amiga do Padre há 38 anos, diz ainda que Joãozinho queria morrer no Brasil. “Ele se aposentou tem um ano e meio, mas ele não quis voltar para sua terra natal. Ele sempre dizia que queria morrer em Belém, perto das pessoas que ele ajudou”.

Despedida

O corpo do padre está sendo velado no Centro Social Jambeirão, no Bengui. Nesta segunda-feira (17), às 8h será realizada uma missa de corpo presente no local e em seguida, um cortejo seguirá em direção ao cemitério particular no bairro de Águas Lindas, onde o corpo será enterrado.

Perfil

O Padre Joãozinho, era holandês e vivia no Brasil há mais de 40 anos, dedicou seu trabalho à questões sociais e aos povos da Amazônia. Morou por 20 anos na Prelazia de Tefé, no Amazonas e foi pároco, na Igreja Nossa Senhora Rainha da Paz, por 16 anos. Lá no Bengui, ele atriculava e mobilizava todas as igrejas, escolas e centros comunitários do bairro em prol de uma cultura de paz, onde todos eram aceitos e respeitados.

Durante sua defesa pelos povos da Amazônia, o Padre Joãozinho escreveu a obra “Reservas extrativistas: mais vida e missão nesse chão”, relato no qual o padre holandês repassa a experiência de sua missão entre os seringueiros da Prelazia de Tefé, sintetiza e analisa todo o processo de organização das populações extrativistas, cobrindo uma região com cerca de 900 quilômetros na reserva do Juruá, o rio mais sinuoso do planeta, entre os anos de 1980 e 1993.

Hospital

A equipe do DOL entrou em contato com o Hospital Adventista de Belém onde o Padre estava internado, porém nenhum responsável foi encontrado para falar sobre o assunto. O atendente informou que só amanhã os responsáveis estarão no hospital.

Fonte: DOL

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