Tapajós: “Jatene está em débito com Santarém”

O ex-vereador José Maria Tapajós, que foi Vereador por seis legislaturas, tendo sido presidente da Câmara por quatro vezes e, por muitos anos pertenceu às fileiras do PMDB, porém, no ano passado mudou-se para o Partido Humanista da Solidariedade (PHS), esteve em nossa redação e concedeu entrevista exclusiva, onde fala sobre sua filiação ao PHS e futuras pretensões políticas, faz uma análise dos governos de Simão Jatene e Alexandre Von, bem como se pronuncia sobre outros assuntos. José Maria Tapajós concorreu à Prefeitura de Santarém nas eleições de 2012, ficando como o terceiro candidato mais votado. Veja a entrevista na íntegra:

Jornal O Impacto: Como foi o começo de sua carreira política:

José Maria Tapajós: Tive a felicidade de exercer o mandato de Vereador por seis legislaturas consecutivas, me elegendo pela primeira em 1988 e assumindo no dia 1º de janeiro de 1989. De lá para cá fui reeleito consecutivamente até as eleições de 2008, sendo o Vereador mais votado com 5.600 votos. Em 2012 fui candidato a Prefeito. Nesse período de vereança tive a honra de assumir a presidência da Câmara Municipal por quatro vezes. Passei a ganhar mais experiência para meu futuro político. Quando fui candidato a Prefeito em 2012, não fui eleito, mas tive um ganho nesse processo eleitoral, onde conheci milhares de pessoas. Hoje estou filiado no Partido Humanista da Solidariedade (PHS), na condição de presidente do partido em nosso Município, com o compromisso de fazê-lo crescer não só em Santarém, mas em toda região Oeste do Pará. Temos uma missão, a nível nacional, de dobrarmos o número de filiados, em especial no estado do Pará, até o final de abril. Na última sexta-feira houve um encontro estadual em Belém, com a presença do presidente nacional do PHS, secretário geral e companheiros presidentes das executivas dos municípios. Nesse encontro ficou definido o rumo que o PHS irá tomar nas eleições de 2014. O partido irá lançar nessas eleições candidatos a Deputado Estadual e Deputado Federal, vamos apoiar a nível estadual uma coligação com o PMDB e a nível nacional o PMDB e PT. Ou seja, vamos apoiar Helder Barbalho ao governo do Estado, Paulo Rocha ao Senado Federal e Dilma Rousseff à presidência da República.

Jornal O Impacto: Como conhecedor profundo da política em nossa região, como você analisa a atuação do governador Simão Jatene em relação a Santarém e região Oeste?

José Maria Tapajós: Eu não serei diferente de outros santarenos, ou seja, eu tenho a coerência e visão que toda população de Santarém tem. Nós temos quefazer uma diferença do primeiro governo de Simão Jatene com o atual governo. Quando pertencia às fileiras do PMDB, apoiamos no 2º turno o governador Simão Jatene. Mas nós, santarenos e toda população da região Oeste não tivemos a sorte que outras regiões tiveram. Nós temos obras que foram iniciadas e estão paradas, temos obras que foram prometidas e que até agora não foram iniciadas. Isso eu acredito que a exemplo do Vereador, a exemplo do presidente de associação de bairro, a exemplo da imprensa, o governo seja ele qual for, é um governo de todos os paraenses. Portanto, vejo que o governador Simão Jatene está devendo para Santarém, principalmente se levarmos em conta a grande votação que obteve neste Município.

Jornal O Impacto: E com relação ao governo do prefeito Alexandre Von, qual a análise que você faz?

José Maria Tapajós: Eu sou até suspeito de falar sobre a administração de Alexandre Von, porque disputei a eleição com ele e fiquei em terceiro lugar na disputa. Tenho me envolvido até um pouco com seu governo, quando o acompanho em alguns eventos através do vereador Junior Tapajós e hoje o PMDB, que é o partido do meu filho, dá apoio ao governo de Alexandre Von. Por isso eu acredito e espero que o governo de Alexandre Von ainda possa fazer mais por Santarém e a população possa ser mais contemplada. Hoje, Alexandre Von tem o dever de governar o Município para todos os santarenos, independente de quem votou nele ou não.

Jornal O Impacto: Recentemente o ex-secretário Osmando Figueiredo teceu duras críticas ao governo de Alexandre Von, bem como à sua pessoa. O que você tem a falar sobre isso?

José Maria Tapajós: Não vou entrar nesse mérito, pois cada um faz a política da maneira que achar melhor e da maneira que entende. Eu respeito a opinião do ex-Secretário do governo do PT e foi meu Secretário quando exerci o cargo de Prefeito interino. Ele é presidente do PDT, partido por qual eu passei e fui eleito Vereador. Respeito a opinião de qualquer cidadão que venha fazer avaliação tanto de governo quanto de pessoa. Afinal, nós somos pessoas públicas e não podemos negar de ouvir qualquer que seja a crítica, que pode vir no sentido de alerta, para que possamos corrigi-la. Portanto, respeito as críticas do ex-Secretário e não tenho nada contra, pois cada um tem seu direito democrático de exercer seu ponto de vista.

Jornal O Impacto:  Com relação às obras que foram iniciadas em Santarém, como o Residencial Salvação na rodovia Fernando Guilhon e as casas na Moaçara, que foram abandonadas pela empresa Carmona Cabrera. O que você tem a falar sobre isso?

José Maria Tapajós: É uma situação que infelizmente veio acontecer aqui em Santarém. A gente percebe que essas obras estão, em todos os sentidos, por acabar. As recentes chuvas que caíram em Santarém, com fortes enxurradas, estão colocando em riscos as casas do Residencial Salvação e desencorajando as pessoas de morarem lá. Não tem nenhum ser humano, de bom sendo, que sairá do lugar seguro onde está vivendo para morar naquelas casas, que a qualquer outra chuva podem vir abaixo e colocar em risco a vida dessas pessoas que se aventurarem a morar lá. O governo tem que tomar providências no sentido de que essas casas sejam concluídas com segurança, para que as pessoas de baixa renda que forem agraciadas, não corram nenhum risco.

Jornal O impacto: Nessa eleição os pára-quedistas estão com os dias contados?

Jose Maria Tapajós: Eu acredito que sim. Vai ser muito difícil o José Maria Tapajós subir em um palanque e pedir votos para um candidato La de fora, de outra região. Da mesma forma eu acredito que nenhum outro candidato vai ter a cara de pau de fazer isso, porque esta é a primeira eleição depois do Plebiscito, então, querendo ou não, o plebiscito ‘distritalizou’ os votos. Com certeza alguns candidatos de outras regiões vão pegar votos por aqui, assim como eu vou pegar lá fora, também. Mas a população está mais atenta com relação aos pára-quedistas e deve apostar nos nossos candidatos aqui da região. Com certeza.

Por: Gerciene Belo/Freelance