MP encontra mais de 40 corpos de bebês em hospital no Rio

Um dos bebês identificados é filho de uma usuária de crack
Um dos bebês identificados é filho de uma usuária de crack

O Ministério Público descobriu mais de 40 corpos de recém-nascidos no necrotério do Hospital Universitário Pedro Ernesto, administrado pelo governo estadual. Conforme reportagem exibida no domingo (14), no “Fantástico”, da TV Globo, alguns deles estão na unidade desde 2009, e pelo menos 15 ainda não foram identificados.

De acordo com a promotora Ana Cristina Huth Macedo, da Vara da Infância e Juventude, os corpos foram encontrados amontoados no hospital, que é uma unidade referência em partos de alto risco:

— Uma situação assim é estarrecedora. É difícil até de contar o que nós encontramos lá.

Um dos bebês identificados é filho de uma usuária de crack, que mora em um prédio abandonado no Morro da Mangueira. Ela teve a criança na favela e foi levada às pressas ao hospital. O bebê, que nasceu após seis meses de gestação, tinha menos de 800 gramas. A chance de sobreviver era mínima, segundo os médicos. O menino morreu no dia 29 de agosto de 2012.

O corpo do recém-nascido foi levado ao necrotério do hospital, onde ficaria até a liberação dos documentos que autorizavam o seu sepultamento, o que não aconteceu.

As investigações começaram um ano depois que o Pedro Ernesto informou o abandono do corpo da criança ao Juizado da Infância e Juventude, conforme determina a lei. Nesses casos, o juizado autoriza o hospital a fazer o sepultamento.

Porém, em dezembro de 2013, o juizado foi ao hospital para encerrar o processo e descobriu que o corpo da criança ainda estava no necrotério. Foi quando a Justiça determinou que o MP investigasse o caso. No curso da investigação, outros corpos foram encontrados.

Ainda de acordo com a promotora, as investigações buscam descobrir o histórico de cada um dos recém-nascidos.

Ao “Fantástico”, a direção do hospital admitiu falhas e informou que abriu uma sindicância para mudar os procedimentos adotados pelo hospital. O MP vai exigir que a identificação de todos os bebês mortos seja feita por meio de exames de DNA, além de requerer a lista com nomes e endereços dos pais. O diretor será intimado para prestar esclarecimentos.

Fonte: O Globo

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