Denúncia – Traficantes atuam nas escolas

A coordenadora do conselho escolar de uma escola municipal de Santarém, Tânia Viana, procurou nossa reportagem para fazer uma série de denúncias de ordem administrativa que estão acontecendo nos educandários públicos de Santarém. Os problemas teriam começado quando a Prefeitura de Santarém começou a trocar a cor dos utensílios usados na hora da merenda pelas crianças, de vermelho para azul.

Outros problemas são apontados pela coordenadora como de grande impacto negativo na educação do Município como: A falta de segurança nas escolas, onde adolescentes estão sendo viciados no uso de entorpecentes por traficantes; a falta de tempero para fazer a merenda das crianças e a precariedade do transporte coletivo urbano que dificulta o deslocamento dos estudantes de suas casas até as escolas.

“Quanto dinheiro jogado no lixo com coisas desnecessárias! A Prefeitura está mudando tudo que é público para as cores azul/amarelo. Nas escolas todas as vasilhas que eram vermelhas foram trocadas por azul. Nada pode ser vermelho, é ordem da Prefeitura, como se a cor fosse mudar alguma coisa. Isso é dinheiro público gasto de forma inadequada”, reclama a coordenadora escolar.

Para ela, o Governo está mudando as cores das vasilhas enquanto as escolas do Município estão precisando de segurança, pois as drogas têm invadido e tem se fortalecido cada vez mais por não haver vigilantes suficientes nos prédios públicos, onde as crianças estudam. Ela reforça que na escola onde trabalha, observa a exigência da Prefeitura, onde não se pode usar nada na cor vermelha.

“Tudo o que era vermelho foi trocado. Inclusive, as vasilhas de merenda escolar como copos e colheres. Até os baldes que eram vermelhos foram trocados por azul. Capas do freezer que eram vermelhas foram trocadas por azul. A gente observa que o Governo está preocupado com coisas tão supérfluas enquanto as escolas vivem sofrendo ameaças de gangues e invasão de bandidos”, denuncia Tânia Viana.

SEGURANÇA: De acordo com Tânia Viana, na escola onde trabalha estudam mais de 800 alunos e lá existem três vigilantes, mas que não são suficientes para garantir a segurança das crianças. Ela declara que observa o dinheiro público sendo jogado fora e, que poderia ajudar as pessoas que precisam de escolas e, principalmente de hospitais.

“O Governo poderia ampliar as escolas com área de lazer para os alunos e investir na segurança. As escolas não têm dinheiro para comprar sequer papel higiênico. Eles dão a merenda escolar, mas não dão dinheiro nenhum para que a escola possa comprar um cheiro-verde ou outro tempero que a Prefeitura não fornece”, aponta.

PROIBIÇÃO: Na semana passada, segundo Tânia Viana, a Prefeitura enviou um oficio proibindo as escolas de fazer qualquer tipo de comércio, alegando que a Prefeitura está dando subsídios para isso. “Na verdade, não dá nada! Os diretores têm que se virar para manter as escolas com as coisas mínimas. Hoje, está sendo distribuída a merenda para os alunos a base de peixe, carne e picadinho, mas o tempero não chega às escolas, que estão trabalhando de forma precária. Já a propaganda que o Governo faz é totalmente diferente da realidade!”, exclama Tânia Viana.

TRÁFICO NAS ESCOLAS: Nossa reportagem já fez várias reportagens sobre o tráfico de drogas nas escolas. Alunos adolescentes e maiores de idade são vítimas dos traficantes, que antes ficavam às proximidades dos estabelecimentos de ensino, mas agora, segundo denúncia da coordenadora escolar, eles estão agindo dentro das escolas, pois não há nenhuma segurança para impedir essa ação delituosa. O pior de tudo, segundo denúncia à nossa reportagem, é que alguns traficantes estão vestindo a própria farda das escolas para agir na maior tranqüilidade. O caso é sério e deve servir de alerta para o Ministério Público, Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Civil e outros órgãos ligados à segurança e à educação.

Por: Manoel Cardoso