Perigo: Estrutura da Feira do Pescado ameaça desabar

Nos dias de grande movimento a estrutura de concreto da Feira do Pescado chega a balançar
Nos dias de grande movimento a estrutura de concreto da Feira do Pescado chega a balançar

Tremores constantes na estrutura de concreto da Feira do Pescado, localizada na orla de Santarém, no Oeste do Pará, levaram trabalhadores e usuários a denunciar os riscos que estão sofrendo diariamente. Por conta dos pilares de sustentação do prédio estarem se deteriorando, os usuários contam que os tremores são constantes e que o risco da estrutura de concreto desabar dentro do rio Tapajós é muito grande.

Desde a inauguração, no ano de 2010, segundo um vendedor, a Feira do Pescado nunca passou por uma reforma completa. Somente no ano de 2011, segundo ele, alguns pilares foram recapeados com concreto.

“Nós trabalhadores estamos querendo que fosse feito um reparo. A Prefeitura deveria aterrar embaixo da plataforma da feira, porque a água do rio está cavando. Tem pilar que está oco. Precisa ser feita uma reforma urgente. A passarela, que é de madeira, está fraca”, denuncia um trabalhador.

Ele conta que fica temeroso quando sai todos os dias de sua casa para trabalhar no local. “A gente vê que a passarela balança e pode cair a qualquer momento. Nos dias em que o movimento é grande na feira, a estrutura chega a tremer, o que provoca medo em todo mundo. Nós pensávamos que esse trabalho de reforma seria feito no verão, pois veio uma equipe da Prefeitura aqui averiguar a situação, mas até agora não fizeram nada”, dispara o vendedor.

A Feira do Pescado foi inaugurada há cerca de seis anos. O contrato firmado entre a Prefeitura e a empresa responsável pela construção da obra, previa uma garantia de cinco anos, por isso qualquer problema que ocorra na estrutura deveria ser solucionado pela empresa.

Em contato com nossa reportagem um mestre de obras deu a seguinte declaração sobre a forma como o prédio da Feira do Pescado foi construído na praia, às margens do rio Tapajós: “O serviço foi mal feito e imprestável. Observando que em alguns pilares (base de sustentação) do mercado de peixes, à princípio, o traço da massa (cimento e areia) foi incorreto, além obviamente de usar o seixo no contexto, neste tipo de construção; imaginem no restante da estrutura do prédio; será que fizeram o restante do prédio, com melhores condições, ou também brevemente irá deteriorar-se? Seria conveniente nesse momento o Ministério Público Estadual requerer uma vistoria e emissão de Laudo Técnico urgentemente, avaliando a construção em sua totalidade e esse laudo técnico devendo ser assinado por vários profissionais devidamente habilitados para tal. Com essas atitudes a sociedade deverá ficar mais crente, porque nenhum conserto ou remendo foi feito até o momento. É uma vergonha, um desrespeito com a sociedade e com o uso do recurso público!”, exclamou.

Um enorme buraco se formou e ameaça desabar parte do cais
Um enorme buraco se formou e ameaça desabar parte do cais

TRECHO DO CAIS DE ARRIMO EM PERIGO: Uma obra que foi feita no governo militar e que perdura até os dias de hoje, ou seja, há mais de 40 anos, o cais de arrimo de Santarém está com sua estrutura comprometida em alguns trechos, colocando em perigo a vida de muitas pessoas, que usam aquele local (em toda sua dimensão, que vai do Mercado Municipal até o Bosque da Vera Paz) para suas labutas (trabalho, viagens e outros afazeres, além da prática de caminhadas no começo da manhã e nos fins de tarde).

Nossa reportagem flagrou na manhã de segunda-feira, dia 02, um trecho que pode desabar a qualquer momento, principalmente nesta época do ano, de constantes chuvas e quando os rios Amazonas e Tapajós estão enchendo. Um enorme buraco se formou na estrutura do cais, em frente à Feira do Pescado, às proximidades do Mercadão 2000. O buraco é grande e muita gente corre perigo, principalmente as pessoas que procuram a Feira do Pescado para comprar peixes e também os trabalhadores do local.

Nossas autoridades devem entrar em ação com urgência, para tentar solucionar esse problema e assim evitar que vidas humanas sejam ceifadas. O exemplo mais recente foi a Ciclovia Tim Maia, no Rio de Janeiro, que uma parte da estrutura caiu com a força das ondas do mar e várias pessoas morreram, devido o serviço mal feito pela empresa responsável pela obra, que usou material de péssima qualidade. Diferente das obras do tempo do governo militar, que eram feitas com boa qualidade e que duram até os dias de hoje, tendo como referências aqui em Santarém o próprio cais de arrimo, a hidrelétrica de Curuá-Una, aeroporto Maria José (na época), parte da BR 163 e outras.

Outro problema apontado pelos vendedores é a falta de espaço no cais de arrimo para ancorar e descarregar peixes no local. Segundo eles, a área, que é destinada pelo Município para que o trabalho seja realizado, está sendo ocupada por embarcações de grande porte. Em um trecho em frente à feira, existe esse buraco que coloca em risco trabalhadores e pessoas que transitam no local.

Por: Manoel Cardoso

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *