Polícias Civil e Militar prendem quatro militares acusados de homicídio

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Cúpula da Segurança Pública na coletiva de imprensa.

Em coletiva de imprensa na manhã de quinta-feira (19), a Secretaria de Estado de Segurança Púbica e Defesa Social (Segup) divulgou o resultado de uma operação destinada ao cumprimento de mandados judiciais, que resultou na prisão temporária de quatro militares integrantes da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam). Eles são acusados do homicídio de Jaime Tomas Nogueira, conhecido como “Pocotó”, executado a tiros no dia 26 de outubro do ano passado, dentro de um hospital particular localizado no bairro de Fátima. Na operação foram presos o soldado Walber Fernando da Silva Almeida, o cabo Anderson Fernando Teixeira e o ex-policial militar Mickley Robertson Cunha dos Prazeres.

Por volta das 10h30, o soldado Rubens Luiz Fernandes também se apresentou na Divisão de Crimes Funcionais (Decrif). O quinto militar acusado pelo mesmo crime ainda está foragido. Os demais já estão à disposição da Justiça. As prisões foram feitas no inicio da manhã, na Região Metropolitana de Belém. Na mesma operação, a Polícia Civil ainda cumpriu doze mandados de busca e apreensão. Os objetos e armas encontrados com os acusados foram encaminhados para perícia criminal.

Segundo o delegado geral de Polícia Civil, Rilmar Firmino, as imagens das câmeras internas do hospital foram essenciais para identificar os envolvidos e para a junção de informações que indicaram os responsáveis pelo crime. “Além disso, o trabalho dos peritos criminais foi de fundamental importância, uma vez que conseguiram identificar que os cartuchos, encontrados no local do crime, eram de uso restrito da Polícia Militar. Eles estavam raspados, mas a perícia conseguiu identificar a empresa fabricante da munição e a numeração dos projéteis”, salientou.

Ainda de acordo o delegado geral, os vídeos mostram três militares à paisana fazendo o reconhecimento do local crime na tarde do dia 26 de outubro. As imagens internas mostraram que alguns PMs estavam com as mesmas roupas e calçados, usadas no momento do homicídio. No trabalho de investigação, que durou sete meses, foram utilizados os recursos técnicos do Laboratório de Análise e Prosopografia da Polícia Civil, destinado a avaliar fotos e vídeos coletados em locais de crimes.

O titular da Segup, Jeannot Jansen, definiu como “lamentável e inaceitável” o envolvimento de agentes de segurança no caso. “Não vamos tolerar desvios de conduta. Sabemos que é uma minoria, mas todos serão submetidos às regras previstas em lei. A vítima, ainda que na condição de acusado pela morte de um militar, estava dentro de uma instalação hospitalar e sob a tutela do Estado. Um crime não justifica o outro, sobretudo se ele foi praticado por militares. O sistema de segurança pública dá resposta à sociedade paraense e reforça o importante papel desenvolvido pelas polícias, nesse caso em particular, da Rotam”, enfatizou o secretário. O comandante geral da Polícia Militar, coronel Roberto Campos, garantiu que todos os envolvidos serão submetidos ao Conselho Disciplinar da corporação, e informou que o ex-policial Mickley Robertson Cunha dos Prazeres já havia sido afastado da PM devido ao envolvimento com o homicídio de uma mulher em 2014.

O caso – Jaime Nogueira, de apelido “Pocotó”, foi detido após a morte do soldado da Rotam Vítor Cezar de Almeida Pedroso, de 28 anos, durante uma troca de tiros. As investigações apontam que Jaime teria sido o responsável pelo disparo que vitimou o militar.

RG 15 / O Impacto com informações da ascom/segup.

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